A Opinião de Augusto Neves
Jurista e presidente da Concelhia da Batalha do PS
Voltemos às eleições legislativas
O ato eleitoral do passado dia 6 de outubro mostrou um crescimento sustentado do Partido Socialista em termos distritais e sobretudo no nosso concelho. Bem sei que estas não eram eleições autárquicas e que se fossem os resultados seriam, porventura, outros.
De todo o modo não podemos deixar de refletir sobre o fenómeno que está a verificar-se: um claro crescimento do Partido Socialista e uma clara descida do PSD.
Extrapolando estes resultados para umas eleições legislativas o PS fica relativamente perto de vencer tais eleições. O número de votantes no PS permitiria eleger três vereadores, sem dúvida números para deixar em desconforto os dirigentes do PSD e relativamente confortáveis os do Partido Socialista. Mas insisto que estas eram eleições legislativas com outros cambiantes, mas ainda assim estimulantes e muito para o PS.
A Camara da Batalha resolveu vá-se lá saber porque, com que fundamento, criar um parque de estacionamento em terra batida em zona fronteira ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória.
Esse estacionamento está permanentemente vazio o que prova a sua desnecessidade, desde logo porque a nascente dali, na zona do pavilhão existem imensos lugares que tirando dias festivos também permanecem desocupados em larga medida.
Mas o mais grave é, de facto, fazer aquela construção que fere a vista até ao mais desatento.
E quando o presidente da câmara é tão afoito a aplicar coimas naquela zona por leves construções invisíveis, e depois tem o desplante de agredir daquela forma, sem fundamento, a paisagem que envolve o mosteiro.
Senhor presidente:
O seu parque de estacionamento não tem qualquer uso; foi construído em zona que agride paisagisticamente a envolvente do mosteiro violando, decerto, as regras de proteção do mesmo, portanto faça o que se impõe: reponha o local em situação idêntica á que existia antes de construído o estacionamento.
E assim prestava um bom serviço à Batalha.
Já o dissemos várias vezes que a sua governação funciona à bolina e sofre da natural instabilidade provocada pela falta de estratégia, de visão. As suas políticas estão, por isso, subvertidas.
Veja-se o exemplo que consta do orçamento e das grandes opções do plano relativamente a São Mamede.
Numa das assembleias anteriores questionei-o sobre a cobertura do saneamento básico: foi-me dito que andaria na ordem do 65/70% sendo a zona mais afetada é a de São Mamede e, portanto, situada em valores muito abaixo da média.
E vai dai fiquei eu convencido que o próximo investimento para São Mamede recairia justamente na rede de saneamento básico e na degrada rede viária.
Eis senão quando para meu espanto a proposta para São Mamede é a de construir um pavilhão multiusos que a avançar consumirá 1,5 milhões de euros do orçamento municipal.
A pergunta que se coloca é que perspetivas de utilização existem para aquela infraestrutura. E como se financia a sua manutenção?
Não teremos daqui a uma dúzia de anos uma estrutura com aquela envergadura sem utilização e, portanto, em degradação? E a que custos?
Já na última Assembleia Municipal alertamos para o facto de as contas da câmara já terem tido melhores dias o que, de resto, o senhor presidente confirmou.
Esta inversão de prioridades faz com que o concelho esteja cada vez mais desequilibrado, e a proposta de orçamento divulgada é um excelente exemplo desse desequilíbrio.
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