Violência doméstica, será que afeta unicamente o casal?
Hoje vou relatar-vos a história de Francisca (nome fictício). Francisca, é uma menina de 23 anos, sim uma menina... Ela foi a primeira filha de uma união matrimonial que tinha tudo para ser um lar perfeito. Mas na verdade, esta menina cresceu experienciando maus tratos conjugais entre os seus pais. A violência que assombrava aquele lar não seria diária, mas sim, sempre que o seu pai “festejava" qualquer ocasião brindando abundantemente com uisque.
A primeira memória apontada por Francisca remete para os seus dois anos de idade. E os outros anos foram passando, mas as repercussões tornaram-se cada vez mais evidentes, pois na verdade esta menina começou a somatizar toda a sua dor emocional, aquela dor impotente que viria a guardar para sempre.
Hoje, esta menina de 23 anos manifesta um medo inconsciente de se tornar mulher, um medo persistente em repetir todo aquele ciclo na sua própria vida, prosseguindo assim um padrão caracterizado pela violência conjugal. A violência que marcava o corpo da sua mãe, gravou para sempre o psíquico de Francisca. Também nela ficaram cicatrizes invisíveis que iriam permanecer ao longo de todo o percurso da sua vida.


Será que a vítima de violência foi exclusivamente a mãe de Francisca? É importante ressalvar que, quando abordamos esta temática falamos não só de agressões veiculadas pela força física. As agressões apresentam-se em diversas formas, nomeadamente psicológica, emocional, sexual ou quaisquer outras que visem afetar o outro, subjugando-o a uma situação de dominância.
Saibamos que de acordo com a Organização Mundial de Saúde, os dados de diversos países na Europa, apontam entre 10% a 69% da população feminina com, pelo menos, um episódio de violência perpetrada pelo parceiro. Em Portugal, a PSP registou na última década aproximadamente 13.066 queixas, o que significa que em média, cerca de 36 mulheres são vítimas diariamente de violência doméstica.
Joana Crispim Mestre em Psicologia Clínica e formada em Hipnose
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