Cláudia Silva
Médica interna da USF Condestável, Batalha
Vamos falar sobre depressão?
A depressão é uma perturbação de humor muito frequente, que gera uma sensação de tristeza persistente e perda de interesse, que afeta negativamente a forma como um indivíduo se sente, pensa e se relaciona, resultando numa variedade de problemas físicos, emocionais e funcionais.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, representa um dos principais problemas de saúde da nossa atualidade, afetando duas vezes mais as mulheres.
A etiologia ainda não está totalmente esclarecida, contudo estudos apontam para que seja de causa multifatorial, resultante da combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos.
Como se apresenta?
Embora seja uma doença comum, é frequentemente desconsiderada por falta de reconhecimento como doença ou pela associação dos sintomas a outras causas, nomeadamente stress.
A apresentação e gravidade da sintomatologia difere de pessoa para pessoa, podendo os sintomas variar entre ligeiros e graves. Incluem-se: tristeza persistente ou sensação de “vazio”; perda de interesse ou prazer nas atividades diárias e de lazer; sentimentos de desesperança ou pessimismo; irritabilidade, tensão; perda de energia e lentificação; alterações do padrão de sono; alterações do apetite e do peso; dificuldades de concentração e/ou memorização; sentimentos de culpa e desvalorização; ideação suicida e/ou tentativas suicidas;
Persistência de sintomas físicos, sem causa orgânica aparente, que não melhoram com o tratamento convencional, como por exemplo dores crónicas, dores de cabeça ou problemas gastrointestinais.
Para que o diagnóstico seja estabelecido, os sintomas deverão estar presentes há pelo menos duas semanas.
Como se trata?
A depressão é uma doença tratável e a grande maioria dos doentes responde de forma favorável ao tratamento implementado, sendo que quanto mais cedo for iniciado, mais eficaz será.
Existem diversos tratamentos possíveis, onde se incluem a psicoterapia e os medicamentos antidepressivos, que podem ser usados de forma individual ou combinada, por um período de tempo significativo.
A escolha da estratégia terapêutica é feita de forma individualizada, tendo em consideração a gravidade da sintomatologia, a preferência do doente e a presença ou não de outras doenças.
Além do tratamento médico, deve-se procurar adotar alguns hábitos de vida que ajudam na saúde mental, tais como:
- Prática regular de exercício físico;
- Alimentação saudável e equilibrada;
- Dormir bem;
- Meditação;
Considerações finais:
É importante que a saúde mental seja reconhecida como parte integrante do bem-estar do indivíduo e que se quebrem os estigmas inerentes a esta temática.
Caso esteja a sentir algum dos sintomas anteriormente descritos, durante grande parte do seu dia ou quase todos os dias, poderá estar a sofrer de depressão. Procure ajuda de um profissional. Não ignore a sua saúde.
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