Vanda Reis Figueiredo

Médica Interna MGF na USF Condestável - Batalha

Vacinação extra PNV – que opções?

Para a maioria dos Pais, a lista de preocupações no que concerne à saúde dos filhos parece infindável. Quando o tema toca à vacinação, alia-se à preocupação de base, a insegurança, a falta de informação e, infelizmente, o “terror psicológico” a que se veem sujeitos seja através dos meios de comunicação social, das escolas, de elementos do círculo familiar e de amigos...

No que respeita a proteção adicional – não comparticipada pelo SNS – as opções disponíveis atualmente são relativas a doenças como a meningite bacteriana causada por N. meningitidis, gastroenterite causada por rotavirus e varicela.

A Neisseria meningitidis, bactéria causadora de meningite tem vários serogrupos (A, B, C, Y e W), sendo o serogrupo B e C os mais frequentes no nosso País. O PNV inclui a vacina contra a o serogrupo C desde 2006. Desde então, o serogrupo B é o mais frequente em Portugal.

Atinge principalmente os bebés até aos 12 meses e tem uma incidência de 0,58/100 mil habitantes. Pode cursar com gravidade, deixando sequelas neurológicas, nomeadamente perdas sensoriais e cognitivas e, em 5% dos casos pode ser fatal. Atualmente, existe apenas uma vacina disponível no mercado português – Bexsero - cujo esquema posológico varia entre 2 a 3 tomas, dependendo da idade da criança.

Um dos principais agentes causais da diarreia nos lactentes é o rotavírus. Nos países desenvolvidos, a maioria das gastroenterites por rotavirus não implica hospitalização e raramente origina complicações sérias. Ainda assim, existem duas vacinas disponíveis – Rotarix e Rotateq - cuja administração deverá ser iniciada após as 6 semanas e concluída até aos 6 meses.

 A varicela, uma das doenças mais comuns durante a infância, é causada pelo vírus varicela-zoster. É uma doença altamente contagiosa que habitualmente evolui de forma benigna e auto-limitada. As complicações, embora muito raras, podem ser graves e incluem: celulite, pneumonia, e/ ou pneumonite, fasceíte e encefalite, entre outras. Atendendo a que parte significativa da população contrai varicela durante a infância, importa salientar quem serão os potenciais candidatos a esta vacina: pessoas que nunca tenham tido a doença e que tenham ocupações de alto risco (trabalhadores de saúde, professores, trabalhadores de creches e infantários), mulheres não imunes antes da gravidez, e adultos ou crianças que contactem habitualmente com doentes imunodeprimidos. Estão disponíveis duas vacinas no mercado português – Varilrix e Varilvax - devendo, em qualquer das opções, ser administradas duas tomas.

Apesar das opções disponíveis, importa acima de tudo que se saiba que todas as vacinas essenciais à proteção das crianças estão já incluídas no Programa Nacional de Vacinação (PNV), em consonância com o panorama epidemiológico português.

Assim, não se precipite, não se deixe tomar pelo medo, por informações ou por conselhos duvidosos e de proveniência obscura. Prefira a opinião de um profissional de saúde. Em caso de dúvida, não hesite em contactar o seu Médico de Família.


NESTA SECÇÃO

Lançamento da Associação de Utentes da USF Condestável – “Batalha pela Saúde”

A nova Associação de Utentes da USF Condestável – “Batalha pela Saúde” foi lançada recenteme...

DPOC: um desafio de saúde pública

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) obriga a cuidados especializados de saúde. É, ta...

Diabetes e fígado: uma relação perigosa para a saúde

A diabetes é uma doença com uma prevalência considerável na população mundial. De acordo com...