Francisco Oliveira Simões (Historiador)
Crónicas do Passado
Trinta anos de liberdade para criar
O Jornal que agora completa trinta anos de existência sempre me acompanhou, não fosse eu um ano mais novo que este periódico. Lembro-me de olhar para os vários números que se estendiam todos os meses nas mesas lá de casa. Sempre foi a melhor maneira de nos mantermos informados sobre a região que tanto nos preenche e enche de memórias. Esse trabalho informativo e credível nunca foi esquecido, mesmo que o mundo prefira conhecer as noticias mais globais e descure do que se passa mesmo ao nosso lado. O jornal regional tem o trabalho mais difícil. Procura a noticia num raio de poucos quilómetros, e o mais fascinante é que todos os meses encontra o impossível, sempre com a missão de acrescentar algo ao leitor.
Em 2016 decidi participar nesta publicação que lia e admirava. Curiosamente, fui aceite e sempre me deram toda a liberdade para criar os artigos mais originais e diferentes. Inicialmente, eu estava empenhado em escrever apenas sobre História, que é a minha área de estudo e trabalho, mas com o tempo dei largas à imaginação e encontrei no Jornal da Batalha um lugar onde me sinto completamente livre para criar e descobrir novas facetas na minha escrita. Comecei por escrever alguns contos, depois fiz umas criticas de cinema e quando dei por mim, estava a entrevistar artistas que me acompanharam no crescimento como a banda de rock Big Eyes, a humorista Joana Marques ou a personagem fictícia Bruno Aleixo.
Isto só foi possível porque existe um jornal que não tem medo de inovar e de dar um passo avante. Há décadas que não se veem contos nos periódicos portugueses. Essa tradição que proliferou no século XIX e XX, agora só encontra eco em publicações como o New Yorker ou o New York Times. Parece que a sociedade desistiu de sonhar e deixar a imaginação florescer, apesar dos meus textos de ficção colherem uma grande aceitação do público, provando exatamente o inverso. Felizmente, o Jornal da Batalha não tem medo de arriscar e demonstrar uma tenacidade inalcançável frente a todas as adversidades. Mas os maiores responsáveis para a sua boa aceitação, desde 1990, são os leitores da Batalha e dos quatro cantos do Mundo. Só graças a si, que lê estas linhas, me é dado compreender a eternidade de tão prestigiado jornal. Obrigado a todos os que nos leem.
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