Transformação digital do turismo não pode relegar pessoas para 2º plano
A progressiva transformação digital da atividade turística, nomeadamente da hoteleira, é verdadeiramente fundamental, mas os empresários não podem nunca esquecer-se de que as pessoas estão em primeiro lugar. Esta foi uma das conclusões retiradas da 2.ª edição da Conferência Hotel 4.0 Talks, iniciativa promovida pela AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, e que teve como tema a transição digital como fator de sustentabilidade no turismo.
A conferência teve lugar na loja Comur de Coimbra, no dia 19 de outubro, e contou com a participação de vários protagonistas do sector turístico. O presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, destacou a necessidade de a discussão sobre a transição digital na atividade turística não esquecer a nova agenda da sustentabilidade.
“Esta sustentabilidade tem para nós várias premissas. A primeira está relacionada, naturalmente, com o negócio da atividade do turismo e passa pela sua sustentabilidade económica. Mas a sustentabilidade tem também de ser cultural e social. Quando projetamos o mundo para 2050, percebemos que há alterações profundas que vão naturalmente surgir desta agenda da sustentabilidade”, sublinhou.
O vice-presidente da AHRESP e administrador do grupo O Valor do Tempo, Tiago Quaresma, considerou que o turismo é um protagonista da transformação digital. “O turismo, e a hotelaria em particular, são sectores que, há muito, lideram esta transformação. Mas não podemos ver a tecnologia como um fim em si mesmo. A digitalização ajuda a simplificar as soluções, mas a digitalização não é desumanização: as pessoas serão sempre essenciais no processo. Com esta transformação, estamos a caminhar para um futuro em que as pessoas irão ocupar funções onde realmente acrescentam valor”, explicou o empresário.
Já a professora na Universidade de Aveiro Dina Ramos destacou que a transformação digital cria oportunidades nos territórios de baixa densidade. “A tecnologia está hoje em todo o lado. Incluindo nas zonas de baixa densidade. Não é por acaso que estes territórios estão a ser escolhidos pelos novos nómadas digitais”, lembrou.
Mas a digitalização não pode ser um fim em si mesmo, recordou o diretor executivo do Centro de Inovação do Turismo, Roberto Antunes. “Nem tudo precisa de ser digitalizado. É preciso conhecer o cliente e perceber o que ele quer que esteja digitalizado. A digitalização não deve estar à frente das necessidades, mas sim o contrário”, sublinhou.
O presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, frisou que Portugal está bem colocado a nível de digitalização do sector turístico. “Estamos bem posicionados, mas podemos melhorar e proporcionar melhores experiências aos turistas. O digital ajuda-nos a ter experiências fluidas, mas o digital não é o que nós queremos, mas sim o que os clientes querem. Por isso, a transição digital só faz sentido se as pessoas forem as suas beneficiárias”, concluiu.
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