Núcleo de Combatentes da Batalha
Notícias dos Combatentes
Todos os seres vivos morrem
Agora que a pandemia nos atingiu seriamente, muito se fala do número de óbitos existentes a mais, em relação ao mesmo período do ano anterior. É certo que, comparativamente ao período homólogo de 2019, houve mais óbitos no corrente ano, mais precisamente um total de 60.903, até ao mês de agosto, o mês 8! No entanto, há que ter consciência, e deveríamos ser informados corretamente, de que para o número total de óbitos de 2019, a saber: 111.793, faltariam ainda perecer 50.890 pessoas nos quatro meses que restam até ao final de 2020; isto segundo o Boletim Mensal de Estatística de Setembro 2020, versão disponível, do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Saiba-se também que, em anos mais recentes, aquele em que houve mais óbitos em Portugal foi o de 2018, o ano antes de se ter iniciado a pandemia, com 113.573 óbitos. Também 2017 teve um elevado registo de 109.758 óbitos.
Interessa igualmente saber, no geral, que as 10 principais causas de morte em Portugal, segundo a Base de Dados “Portugal Contemporâneo”, Pordata, são: a Tuberculose que, apesar de ser a que menos vítimas provoca, causou 0,2% das mortes; a VIH/Sida, que provoca quatro mortes em cada mil; o suicídio, com 12 em cada mil; as infeções, com 15 em cada mil; o envenenamento ou acidente como causa, de 34 em cada mil mortes por ano; a Diabetes, que afeta um milhão de portugueses, e origina 41 mortes por mil habitantes; as doenças no aparelho digestivo são responsáveis por cerca de 40 a 50 mortes também por mil; as doenças no aparelho respiratório provocam 110 a 120 mortes por cada mil habitantes; o cancro, com uns astronómicos 25% do total de mortes em Portugal e, no topo, com 30%, cerca de 300 mortes por mil habitantes, as doenças do aparelho circulatório.
Como forma de comparação com a pandemia provocada pelo SARS-CoV-2, até ao mês 10, outubro de 2020, registaram-se 2.694 óbitos (números a 4 de Novembro), mas, no entanto, devido à gripe na época passada, terão morrido em Portugal 3.331 pessoas, enquanto o frio terá contribuído para a morte de quase 400 pessoas, num período de intensidade gripal moderada, dados que constam do relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, na época 2018/2019, apresentado pelo Instituto Ricardo Jorge, que indicou uma baixa dos números da mortalidade atribuída à gripe, comparativamente à época de 2017/2018.


A morte não é calculável nem comparável ano após ano, como se pode verificar pelo registo de 2018 (sem pandemias e o maior número de sempre). Mesmo sem complicações acrescidas, com ou sem negligência de outras doenças, devido ao excesso de zelo inicial com a Covid-19, as pessoas envelheceram e morreram.
Chegaria, talvez, de tentativas de encontrar “bodes expiatórios” para tudo; da informação se tornar séria e não explicar apenas do ponto de vista que vende, mas sem informar com honestidade. Não é essa a finalidade do ciclo de produção de informação; não é essa a responsabilidade social de personalidades que invadem as TV a “vender” apenas as notícias para que foram pagos.
Informe-se com isenção e independência e informe-se pelo dever de serviço público.
Continuem a resguardar-se que, assim, se evitam doenças e se evitam mais perdas de vidas.
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