Joana Pinto
Interna de Medicina Geral e Familiar USF Condestável
Tempo de primavera, tempo de alergias
Nesta época do ano, com a chegada da primavera, na qual os dias se tornam mais quentes e secos, verifica-se o aumento da concentração de pólen no ar, originando um aumento dos casos de rinite alérgica. Esta patologia ocorre devido a uma reação inflamatória da cavidade nasal a um fator ambiental desencadeante.
Entre os muitos pólenes, os que causam mais alergias são os de ervas como as gramíneas e a parietária, e de árvores, nas quais se destaca o pólen da flor da oliveira. Para além dos pólenes, outros alergénios comuns que despoletam quadros de rinite são ácaros, pelos de animais, fungos e poeiras.
Pessoas que apresentem outras doenças alérgicas, como asma, eczema e conjuntivite alérgica, têm uma maior predisposição para desenvolver rinite alérgica. Familiares com histórico de alergias, frequentar locais mal ensolarados e mal ventilados e locais com poluição do ar são outros fatores de risco.
Nariz a pingar ou entupido, espirros, comichão, tosse seca, garganta irritada, olhos vermelhos e lacrimejantes e, por vezes até ataques de asma, são alguns dos sintomas mais frequentes.
Além desta sintomatologia afetar a qualidade de vida, surgem repercussões socioeconómicas negativas com custos diretos em consultas e exames complementares de diagnóstico e custos indiretos por absentismo laboral e diminuição da produtividade/aproveitamento escolar. Neste sentido, torna-se importante o diagnóstico e tratamento corretos e a tranquilização do doente.
A forma mais simples de prevenir crises de rinite alérgica é evitando o contato com a substância que desencadeia os sintomas, embora nem sempre seja uma tarefa fácil. Devem ser evitadas atividades ao ar livre, nomeadamente, em jardins e parques e em casa todos os locais devem ser bem ventilados e ensolarados. Objetos que possam acumular poeiras e ácaros, tais como, carpetes, cortinas, tapetes e peluches devem ser retirados das diversas divisões da casa, principalmente dos quartos.
Para alívio dos sintomas, é essencial uma boa higiene das fossas nasais, limpando-as regularmente com soro fisiológico ou água do mar. Os sprays nasais com corticosteroides e os anti-histamínicos em comprimidos diminuem a inflamação e a escorrência nasal. Vacinas antialérgicas são também uma opção nos casos em que não haja melhoria com medidas de higiene e terapêutica médica e nos casos em que não se pode evitar contato com o alergénio.
Uma vez que esta doença causa incómodo no dia a dia, deve fazer-se educação para a saúde, com vista a que o doente aprenda a gerir a doença, prevenindo e controlando os sintomas, e consequentemente, melhorando a sua qualidade de vida.
NESTA SECÇÃO
Lançamento da Associação de Utentes da USF Condestável – “Batalha pela Saúde”
A nova Associação de Utentes da USF Condestável – “Batalha pela Saúde” foi lançada recenteme...
A pergunta para um milhão de euros: e quando vai deixar de fumar?
A pergunta ecoa pelo consultório. Segue-se um momento de silêncio ou um suspiro. Outras v...
DPOC: um desafio de saúde pública
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) obriga a cuidados especializados de saúde. É, ta...