Carlos Ferreira

Editorial

Suspenda-se o trabalho

O trabalho deve (deveria) ser apenas instrumental. Um meio, não um resultado, um objeto final. Ou seja, o trabalho não é a felicidade, é um caminho para lá chegar – e o percurso é quase sempre o essencial.

É por isso que a suspensão anual por 22 dias do tempo de trabalho alegra (quase) todos. E, havendo um mês que simbolize este estado de espírito, ele é agosto. O próprio nome parece induzir de imediato que faremos o que bem entendermos, a-gosto.

A verdade, no entanto, é que a realidade é pouco amiga de planos ideais. É por isso, por exemplo, que é preciso muito trabalho e mão de obra para dar descanso a quem suspendeu temporariamente a obrigação de trabalhar.

Ainda assim, agosto inspira tempo de festa, de praia, de vida ao livre, de um bom petisco na companhia da família e dos amigos. E dos emigrantes, cujo cíclico regresso à terra natal neste mês é um ritual social e cultural quase indesligável deste tempo quente. E não há aulas.

Este é o mês que concentra a esmagadora maioria das festas e romarias em Portugal: umas 800! O país é palco de umas 2.100 festividades de janeiro a dezembro.

O concelho da Batalha não é exceção e depois do aquecimento com o videomapping (projeção de vídeo em objetos) no mosteiro e da gala de eleição da Miss Portuguesa, chegam as festas concelhias com a maioria dos ingredientes que enunciei, desde o convívio aos emigrantes, passando pela música e pelos petiscos.

Façamos, portanto, um breve intervalo no trabalho e aproveitemos. É que a vida são dois dias, mas as festas da Batalha são dois+cinco. Boas férias!


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