Joana Magalhães

Pestanas que Falam

São 14 dias (ou mais) em que não há desculpas

Por esta altura, é inevitável que o tema desta crónica seja o novo Coronavírus. Um fenómeno que obriga a mantermo-nos vigilantes, olhar por nós, pelos outros – próximos ou distantes – e lavar as mãos, lavar as mãos, lavar as mãos. Este é um daqueles períodos em que “não acontece só aos outros”, pode acontecer a todos, e todos, rigorosamente todos, têm a responsabilidade de se proteger a si e aos grupos de risco.

O Covid-19 tem, por estes dias, obrigado as empresas a desdobrarem-se em métodos de teletrabalho, os estudantes estão em casa e as ruas como que desabitadas. Estar em casa pode parecer um plano chato, mas é essencial.

Poderia, em seguida, deixar uma lista de livros, filmes e séries que considero serem uma boa forma de passar o tempo. Poderia lembrar-me de jogos de tabuleiros, dos cestos de roupa para lavar ou daquele caixote que está por arrumar. Mas a minha proposta é diferente.

O que proponho é que se aproveite este tempo para pensar. Num mundo em que sentimos não ter tempo para respirar, parar e pensar, este pode ser o momento. Aproveitar os dias para refletir no que se fez e no que se planeia fazer. Talvez este seja exatamente o tempo que precisávamos para colocar a vida em perspetiva e sentir, no coração, se o caminho é o correto.

São 14 dias (ou mais) em que não há desculpas, em que há tempo para pensar. E pensar é, hoje, já um luxo. Pensar, refletir e voltar com as ideias reforçadas, reformuladas e mais fortes. Afinal, o mundo foi obrigado a parar, as comunidades estão obrigadas a ser solidárias, as pessoas lembram-se de ter cuidado consigo e pensam naqueles que querem proteger. E isto, ninguém fazia há muito tempo.


NESTA SECÇÃO

Nª Srª das Candeias e a tradição dos fritos na Freguesia de São Mamede

Diz a tradição popular portuguesa que a 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias, s...

Duarte Costa, um mestre da guitarra quase esquecido

Acontece que no domínio das artes, seja na literatura, na pintura, na escultura ou na música...

Fumeiro e legumes cozidos qual é o resultado?

Com este tempo de chuva e cinzento só apetece comida quente de tacho como o cozido à portugu...