Núcleo de Combatentes da Batalha

Notícias dos Combatentes

Retrospetivas e perspetivas

É comum a imprensa em geral, através dos seus quadros e colaboradores, antes do final de cada ano e início do que se segue, brindar-nos, sucessivamente, com uma retrospetiva do que de mais relevante se passou ao logo do ano findo e as perspetivas para o que começa.

É óbvio que tais opiniões, em regra, raramente são isentas, mais refletindo as simpatias, políticas ou outras, dos seus autores ou, ainda pior, quantas vezes estes violentando até a própria consciência para não desagradarem a quem, ao fim do mês, lhes paga o vencimento ou certas prebendas, o que é reprovável, mas é também o reflexo do mundo em que vivemos.

Divulgadas tais correntes de pensamento, os seus destinatários, que são a grande massa da população de que todos fazemos parte, recebem-nas segundo certos princípios e simpatias que também já assimilaram, mas haverá sempre aqueles permeáveis a mudarem de opinião, em especial se, entretanto, algo melhorou ou piorou (mais nestes casos) na sua vida.

Ora, tudo isto voltou a repetir-se no final de 2019, não nos trazendo, portanto, nada de novo, pelo que, retrospetivamente falando, estamos conversados, no que ao ano findo se refere.

Quanto a perspetivas futuras, as previsões vão-nos chegando dentro dos mesmos padrões e, pelas amostras até agora, não valerá a pena ter expectativas demasiado elevadas, porque elas não se concretizarão.

De algum modo, isto será um pouco paradoxal, na medida em que, em termos sócio económicos, a vida da população em geral não terá piorado nos últimos qautro anos, comparativamente com o mesmo espaço temporal anterior e, aparentemente, com a situação geral do país mais estabilizada; com menor desemprego e um governo dum partido que até saiu reforçado nas recentes eleições legislativas, tudo levaria a crer que a situação só poderia melhorar… ao menos um niquinho.

Então o que leva o grosso dos politólogos, comentadores e afins, tal como todos os partidos da oposição (agora nove!) a serem pessimistas e a zurzirem, forte e feio, no governo, culpando-o, desde já, por todos os males que nos vierem a acontecer, no futuro próximo?

Bem, se calhar há explicação para tantas críticas e o atual governo, que, em teoria, ainda nem sequer começou a governança a sério, pois o orçamento de estado para 2020 ainda não está aprovado, também se pôs a jeito para “levar nas orelhas”. E porquê?

Recordemos que, na legislatura anterior, o partido que lhe deu origem nem sequer foi o mais votado mas, tendo o apoio tácito e até implícito de outros qautro à sua esquerda, beneficiou de uma maioria parlamentar bastante expressiva, conseguindo assim completar a legislatura sem grandes sobressaltos.

Ora, no presente, o mesmo partido, seja porque agora ganhou mesmo as eleições (mas não com maioria absoluta), seja porque dos qautro que anteriormente o apoiavam, pelo menos os principais exigiriam mais contrapartidas para o voltarem a fazer, o governo dele saído optou por governar sozinho. Ou seja, em termos práticos, os restantes nove partidos estão à vontade para exigir e pedir contas a quem governa e basta olharmos para o passado para concluirmos que o atual governo não irá ter vida fácil, correndo até o risco de não conseguir completar a legislatura.

Para os portugueses em geral, isto será melhor ou pior?

Como seria de esperar, os governantes tecem loas a si próprios e transbordam de otimismo mas, segundo os tais politólogos, outros opinadores e, em particular, os partidos na oposição, este governo é do piorio e só estes, os ora opositores, é que nos poderiam salvar… O pior é que já por lá andaram e nós não notamos a diferença. E você, caro leitor, notou?

Bom ano de 2020 para todos!


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