Ana Mota
Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Condestável, Batalha
Quanto tempo as crianças devem estar à frente de ecrãs?
Vivemos na era digital! Desde muito cedo que televisão, computadores, Internet, smartphones, redes sociais e videojogos entram no dia a dia das crianças.
Com o desenvolvimento tecnológico das últimas décadas verificou-se um aumento do tempo gasto em frente ao ecrã do televisor ou do computador em detrimento das atividades físicas exteriores e muito rapidamente se relacionou este facto com a epidemia crescente da obesidade verificada neste século. Outros riscos apontados são os efeitos negativos no sono, o acesso a informação imprecisa ou conteúdos inapropriados e os problemas de privacidade.
Contudo, nem tudo são riscos e existem benefícios reconhecidos: exposição a novas ideias, a aquisição de conhecimentos e a oportunidade de contacto social.


Recentemente a Sociedade Americana de Pediatria publicou algumas recomendações para ajudar as famílias a refletir sobre o uso dos ecrãs e assumir um papel mais ativo, proporcionando um crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Assim, para as crianças e adolescentes em idade escolar os pais devem ser mais condescendentes quando o uso de ecrãs é decorrente, por exemplo, de atividades escolares, limitando o seu uso quando este se destina a fins de entretenimento, sobretudo quando estes começam a interferir com experiências críticas ao desenvolvimento – atividade física, exploração real e interação social presencial.
Em idades inferiores a 18 meses recomenda-se que não haja qualquer interação com o ecrã, podendo ser introduzidos pelos 18-24 meses sempre na presença dos pais. Para crianças dos 2 aos 5 anos a interação deve estar limitada a programas de qualidade e não deve ultrapassar 1 hora por dia sempre na presença dos pais. A partir dos 6 anos a sua utilização deve ser regrada de modo a não perturbar o sono, a atividade física ou a adoção de outros comportamentos saudáveis.
Os pais devem estabelecer momentos livres de ecrã para toda a família como, por exemplo, durante as refeições e a condução, bem como criar áreas de acesso restrito, como os quartos. Mais do que limitar o tempo máximo despendido em frente ao ecrã, recomenda-se um plano estruturado com cumprimento da atividade física diária e do tempo total de sono, não descurando o mais importante: o estabelecimento de relações afetivas de proximidade, essenciais ao desenvolvimento da criança.
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