Presidente afirma que a câmara não tem dinheiro e quer alterar o PDM rapidamente

O presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro, está preocupado com o estado das finanças do município, quer rever o PDM e considera que “tem de haver outra vida para além do mosteiro”, no que respeita ao turismo e à cultura. Em entrevistas que concedeu este mês aos dois semanários editados em Leiria, garantiu ainda que pretende criar condições para a fixação de empresas e pessoas.

Raul Castro refere ao Jornal de Leiria que encontrou “alguma desorganização” e a área financeira “com alguns problemas”. “Ainda estamos a tatear. Vamos ver o resultado final. Têm surgido algumas pessoas que reclamam ónus financeiros. Também queremos fazer uma auditoria externa. Não há nada a recear, mas quero saber o que é que efetivamente existe, para depois sabermos o que é que temos de assumir”, explicou.

Questionado sobre se “há dinheiro na Câmara da Batalha, para além de salários e outras despesas correntes”, respondeu: “Não há. A câmara não tem dinheiro. Começa a ser sina minha entrar sempre com problemas para resolver [n.r.: como aconteceu na câmara de Leiria quando assumiu o primeiro mandato]”.

O presidente da câmara municipal referiu ainda a necessidade de “reverter rapidamente algumas coisas, como o Plano Diretor Municipal [PDM]”. “A maior parte das pessoas foram lesadas nos seus interesses materiais e pessoais, com o facto do PDM aprovado em 2015 ter praticamente eliminado mais de 50% da área urbana disponível”, frisou na entrevista ao Jornal de Leiria.

“Temos muita procura de empresas que querem vir e temos também de olhar para a parte residencial, porque trazer empresas sem cuidar de ter alojamento para os trabalhadores também não é nada bom. Há que desenvolver as duas situações: zonas industriais e zonas residenciais”, adiantou.

Noutra área, referiu que “uma parte do concelho não tem saneamento” e “há sistemas de abastecimento de água com 60 anos”. “Isto tem que ser objeto de avaliação. É preciso arranjar os meios para poder fazer essas obras”, disse, considerando, por outro lado, que “o desenvolvimento das zonas industriais é absolutamente necessário”.

Na sua opinião, “a Batalha não pode ser só o Mosteiro”. “Na pandemia tivemos a prova que o turismo praticamente desapareceu. Tem de haver outra vida para além do Mosteiro. Há potencial para outras coisas. Estamos a estudar como é que podemos aproveitar as nossas quatro freguesias e todas elas têm condições para proporcionar boa vida às pessoas. Todas elas têm condições para ter indústria”, referiu.

“Tenciono fazer parcerias, até porque sentimos que a população está disponível para isso, e assim talvez consigamos obter resultados. Estamos a ter muita adesão no sector empresarial, nas associações, instituições de solidariedade, para que possamos também ajudá-los a desenvolver e, acima de tudo, provocar aquilo que é essencial: desenvolvimento”, destacou na entrevista ao Jornal de Leiria.

Na sua perspetiva, “esta terra tinha todas as condições para servir de pivô, assumindo um projeto, mas não é”. “Vamos querer fazer isso. A desmaterialização do município vai servir de exemplo a muitos outros. Queremos acabar com o papel. Ganhamos com isso mais transparência e mais celeridade, que é aquilo que as pessoas muito se queixam dos serviços públicos, que são pesados, burocráticos e demoram muito tempo a responder”, aponta Raul Castro.

Na entrevista ao Região de Leiria, Raul Castro também assumiu estar “muito preocupado” com as finanças da autarquia. “Até ao final do ano, para despesa corrente, só tem 52 mil euros”, o que pode comprometer, por exemplo, uma celebração do Natal que traga “muita gente” à vila, referiu.

Sobre a alteração do PDM, adiantou que o objetivo é contrariar a situação que “estagnou o concelho nos últimos anos” e assim evitar uma “rutura social”.

Como disse ao longo da campanha eleitoral, em que liderou o “Movimento Independente Batalha é de Todos”, garante uma política “de porta aberta, não só para os munícipes, como para os funcionários da autarquia, sem posições ditatoriais”.

A conclusão da rede de saneamento, a renovação das redes de água, a limpeza e reabilitação das margens do Lena e o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte, porque “a Batalha é plana”, são outros dos objetivos do seu mandato.

Raul Castro atribuiu

pelouros à equipa de vereação

O presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro, anunciou no dia 22 de outubro a atribuição de pelouros à equipa de vereadores eleitos nas últimas eleições autárquicas pelo “Movimento Independente Batalha é de Todos”.

Sob a gestão do presidente ficarão as Obras Municipais e o Ordenamento do Território, a Proteção Civil, a auditoria e controle de gestão e a Saúde. Fica ainda com a responsabilidade da Proteção de Saúde Animal e a intervenção Sanitária, o Ambiente e a Comunicação.

A área financeira e da contratação pública, os fundos comunitários, os recursos humanos, a educação e o apoio às empresas são os pelouros assumidos pelo vice-presidente, Carlos Monteiro.

À vereadora Mónica Cardoso estão confiadas as áreas da cultura, biblioteca e museu, arquivo histórico, a defesa do consumidor, o apoio jurídico o desporto e os tempos livres.

As áreas da ação e desenvolvimento social, a rede social, a juventude, a rede social e a

Comissão de Proteção de Crianças e Jovens serão assumidas pela vereadora Maribela Vieira que exercerá o mandato em regime de meio tempo.

Na distribuição de pelouros efetuada, o presidente da Câmara da Batalha disse que a equipa que lidera “merece total confiança e que está fortemente empenhada em contribuir para alterar o paradigma da governação da câmara municipal”.

O autarca destacou que “a proximidade e a disponibilidade para com os munícipes serão os princípios que nortearão a postura deste executivo”. “Ao iniciar o nosso trabalho temos uma forte ambição em concretizar a estratégia de desenvolvimento para o Concelho da Batalha com que nos apresentámos aos eleitores”, concluiu Raul Castro.


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