A Opinião de André Loureiro

Presidente do PSD da Batalha

A política sem ética é uma vergonha!

A frase que intitula esta opinião é de Francisco Sá Carneiro, fundador do PSD, e resume muito bem duas ideias essenciais que devem nortear a ação política, seja local ou a nível nacional.

A primeira é a de que a política não é um fim em si mesmo, pelo que deve ser desenvolvida em torno de valores e princípios, respeito pelos outros e na defesa de causas que também têm uma dimensão ética. Não pode valer tudo, porque há regras morais não escritas pelas quais qualquer ator político deve orientar a sua ação. É assim. Sempre foi assim e tenho esperança que sempre assim seja no futuro, pelo menos é meu desejo para a nossa terra.

A segunda ideia essencial é a de que a política é uma atividade nobre e por isso deve estar sempre ao serviço das pessoas e nunca ao serviço dos amigos ou dos seus “camaradas” de partido. Ou seja, a Política deve ser assumida com espírito de missão e em liberdade, sem dependências e pugnando sempre pela transparência das decisões que envolvem recursos e interesse públicos.

Todos temos consciência que nas várias entidades com intervenção política, nomeadamente nos partidos políticos ou nas organizações cooperativas, por exemplo, há quem seja sério e há quem não respeite os padrões mínimos da ética na atividade pública. Mas também não tenho dúvidas em afirmar que a esmagadora maioria dos intervenientes, sejam de que força partidária forem, é gente honesta, com valores e princípios, que tudo dão para fazer o melhor em prol da sua comunidade.

Todavia, nunca como antes, a política disse tão pouco aos cidadãos e invariavelmente gera desconfianças. Na prática motiva a abstenção eleitoral e o desinteresse da atividade pública ou, pior, gera movimentos extremistas e posições anárquicas que apelam a sentimentos xenófobos e comportamentos intolerantes.

Pior ainda quando são os próprios protagonistas políticos a alimentarem o ódio, a calúnia e a mera crítica pessoal, muito fomentada pela ignorância ou ausência de cultura democrática, comportamento este que mais tarde ou mais cedo, como bem sabemos, tem tendência para se virar contra os próprios, contudo, sempre deixa um rasto de “lama” em torno da atividade pública e das instituições democráticas.

Como diz o nosso povo "quem semeia ventos colhe tempestades", mas no final do dia o que a todos deveria interessar são as prioridades dos cidadãos e a valorização da ação pública, enquanto meio para desenvolver políticas de progresso das sociedades.

Por isso, nestas minhas primeiras palavras no Jornal da Batalha, enquanto dirigente da política local, quero contribuir para a credibilidade da atividade pública e enfatizar a importância de uma maior intervenção cívica de todos, bem assim assegurar que tudo farei para contrariar aqueles que promovem a demagogia e que apenas vislumbram na política e nos partidos um instrumento de mera promoção social.

Termino com esta ideia. Para mim, a maioria dos políticos são pessoas sérias. Mas o alheamento dos cidadãos face à realidade política faz aumentar os “chicos-espertos” e diminui a qualidade dos eleitos. Portanto, o desafio é coletivo e de cada um de nós: só vamos ter melhores agentes políticos com cidadãos mais atentos, mais vigilantes, mais exigentes.


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