Planta no canto da sala sábado à noite
Tenho uma planta nova no canto da sala. Da minha sala.
Na televisão as notícias falam sobre fogos. Fogos de grandes dimensões que assaltam o país num verão que não tem tido o céu aberto, nem o sol a brilhar, nem um calor abafador. Mas as chamas chegam cá na mesma, trazidas pelo vento que é a única constante em todos os verões. E as golas de proteção contra o fumo dos incêndios são (ou não) inflamáveis.
E o estado avisa para nos abastecermos de combustível nos próximos dias por causa da greve.
Os fogos estão aí e nós temos jerricans de gasolina e golas anti fumo no carro. Depois os jerricans de gasolina vão para dentro de casa e as golas anti fumo também. E o fogo anda aí. Nas florestas e no estado, igualmente inflamado e polémico.
Mas eu não sei nada, porque sou jovem, e os jovens não querem saber do estado, de política, nem pensam no futuro. Principalmente os millenails, essa geração que não tem projetos de vida, nem sai de casa dos pais.
Mas o estado ensina-nos a encher jerricans de gasolina e a ter golas anti fumo em casa. No verão. Com fogos. E o verão nem está a ser tão quente como costume.
E se fosse um verão como o de 2017? E se os jerricans de gasolina estivessem nas aldeias envoltas em floresta e as golas anti fumo estivessem no pescoço dos idosos?
Mas, como digo, sou só uma millennial com uma planta no canto da casa porque fica giro e está na moda. Penso nisto porque escrevo sobre isto, uma ferramenta que até pode não mudar o mundo, mas pode mudar um pensamento.
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