Gabriela Amorim Reis

Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar USF Condestável - Batalha

Pílula do dia seguinte – O que temos de saber?

A contraceção hormonal de emergência, habitualmente chamada de pílula do dia seguinte é um meio de prevenir a gravidez após uma relação sexual não protegida, ou por não ter sido utilizado nenhum método contracetivo ou por falha ou erro na utilização do mesmo.

A pílula do dia seguinte não provoca o aborto, atua atrasando ou inibindo a ovulação, impedindo, assim, a fecundação. Portanto, não interrompe uma gravidez em curso.

A contraceção de emergência reduz a hipótese de gravidez após uma relação sexual sem proteção, incluindo quando a relação ocorre perto do momento da libertação do óvulo (ovulação), quando a conceção é mais provável.

No geral, a probabilidade de engravidar após uma relação sexual sem proteção é de 5%, mas, mais perto da ovulação, é de aproximadamente 20%. Quanto mais cedo for usada a contraceção de emergência, maior é a sua eficiência.

Em Portugal, não é necessária uma receita médica para comprar a pílula do dia seguinte, nem mesmo identificação. Se precisar de usar contraceção de emergência só tem que se dirigir à farmácia mais próxima ou ao seu Centro de Saúde (também disponibiliza a pílula do dia seguinte).

Podem ser utilizados por todas as mulheres saudáveis e em idade fértil, incluindo adolescentes.

A pílula pode ser composta por levonorgestrel (que pode ser usada até 3 dias após a relação sexual) ou por acetato de ulipristal (até 5 dias após), que funcionam atrasando ou inibindo a ovulação.

No entanto, qualquer um dos métodos é mais eficaz se o tomar o mais cedo possível depois de uma relação sexual não protegida. É melhor tomá-lo dentro de 12 horas em vez de esperar até ao terceiro ou quinto dias.

A contraceção de emergência não é 100% eficaz em todos os casos, se já tiver ocorrido ovulação ou se o óvulo já tiver sido fecundado, a pílula não impede o desenvolvimento de uma gravidez.

Como qualquer outro medicamento, a contraceção de emergência tem efeitos secundários, tais como:

Náuseas e vómitos – Usualmente não ultrapassam as 24 horas. (Se tiver vómitos ou diarreia ocorrerem nas três horas seguintes à toma, deve-se repetir a dose).

Spotting – algumas mulheres têm pequenas perdas de sangue após a contraceção de emergência. A maioria terá o período menstrual na data prevista ou mais cedo.

Tensão mamária, dores de cabeça, tonturas e fadiga - são menos frequentes e desaparecem em 24 horas.

O uso de contraceção de emergência não provoca complicações nomeadamente dificuldade em engravidar no futuro. Um mito muito comum é o de que a pílula do dia seguinte provoca infertilidade. Esta crença é errada, uma vez que a contraceção oral de emergência não está associada a infertilidade ou complicações numa gravidez futura e desejada.

Tomar a pílula do dia seguinte protege de uma gravidez não desejada, referente à última relação sexual desprotegida que se teve. Não dá proteção para relações sexuais desprotegidas no futuro.

A contraceção de emergência não protege de infeções sexualmente transmissíveis. Apenas os preservativos a podem proteger de infeções sexualmente transmissíveis. Estes medicamentos não a protegem de infeção por VIH ou quaisquer outras doenças sexualmente transmissíveis. Fale com um profissional de saúde, se estiver preocupada com isto.

A contraceção de emergência só deve ser utilizada em último recurso! Não deve ser o método contracetivo de eleição. As barreiras morais ou legais não devem limitar o acesso à contraceção de emergência, no entanto nunca é demais realçar que não deverá, em nenhum caso, substituir o uso de contraceção regular.

Uma mulher que recorre frequentemente ao uso de contraceção de emergência deve rever com o seu médico de família o método de contraceção que está a usar e ponderar um mais seguro e efetivo, adequado a si.


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