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No momento em que redigimos este texto, assimilamos a triste notícia da partida inesperada do nosso amigo Adriano Luís Monteiro.

Colaborador deste Museu, desde o início do projeto, Adriano Luís Monteiro participou em distintas atividades do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB), integrando também o nosso Conselho Consultivo.

A imagem que associamos a estas palavras regista uma tertúlia de grande sucesso no MCCB, na qual Adriano Luís, engenheiro civil de formação, revelava alguns segredos alicerçados da construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, fruto da sua incansável pesquisa.

O tema e o entusiasmo de Adriano Luís trouxeram muitas pessoas ao Museu, algumas delas vindas propositadamente de Lisboa.

Para além do Mosteiro da Batalha, dedicou muito do seu tempo a outros monumentos, destacando-se o estudo sobre a arquitetura e simbologia da Igreja de São Gião, em Famalicão da Nazaré, onde residia.

O empréstimo de Adriano Luís Monteiro

Quem conheceu Adriano Luís Monteiro facilmente se deixou contagiar pelo seu entusiasmo sobre a história local. Bibliografo de paixão, reuniu mais de 14 mil exemplares de obras notáveis sobre a nossa região, algumas das quais primeiras edições. O acervo bibliográfico incide fundamentalmente entre os séculos XVI e XIX.

O MCCB tem a honra de exibir 11 obras da sua coleção, que incidem sobre um período em que se assinalaram as visitas de distintos estrangeiros ao Mosteiro da Batalha. Entre os magníficos relatos, marcados por um período onde o monumento sofreria com um violento terramoto (de Lisboa – 1755) e pelas invasões napoleónicas, destacam-se também desenhos e gravuras de enorme detalhe e qualidade, permitindo-nos viajar à Batalha dos séculos XVIII a XIX. Entre as obras que preenchem uma larga vitrine, merece menção a magnífica obra intitulada Plans Elevations Sections and Views of the Church of Batalha, in the Province of Estremadura in Portugal, with the History and Description, com desenhos do arquiteto James Murphy e texto de Fr. Luis de Sousa. A obra, de 1795, é uma referência para a História do Mosteiro da Batalha, tendo sido os planos de James Murphy fundamentais para o programa de restauro dirigido por Luís Mouzinho de Albuquerque, na década de 1840.

Na referida vitrine, que pode ser observada no primeiro piso do museu, assinalam-se ainda os relatos de M. Link (1803) na sua obra Voyage en Portugal ou Tourist in Portugal, de W.H. Harrison (1839).

É, pois, para o MCCB, uma enorme honra poder exibir obras de tamanha qualidade e relevância para a história da Batalha, graças à cortesia de Adriano Luís Monteiro.

Adriano Luís Monteiro faz e fará parte da história deste museu que o recordará como um homem generoso e apaixonado pela Batalha.

Recordamos que o museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Siga-nos também nas nossas redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas atividades.