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É uma das peças que se pode tocar no Museu, permitindo aos visitantes a enriquecedora experiência de sentir a suavidade do trabalho na pedra calcária.

O fragmento, com a forma de rosácea, apresenta um dos aspetos decorativos característicos do gótico batalhino, oferecendo uma harmoniosa dinâmica de gotas em forma de espiral. A peça é uma réplica de um elemento da grelhagem em torno do Coruchéu da Cegonha do Mosteiro de Santa Maria da Vitória

Foi executada por Bruno Cordeiro, antigo aluno da Escola de Artes e Ofícios Tradicionais da Batalha (EAOTB), e por ele oferecida ao MCCB. Expõe-se no Museu, na área que é dedicada à construção do Mosteiro.

A doação de Bruno Cordeiro

No seguimento da exposição “Os Canteiros da Batalha”, que muitas pessoas atraiu à Galeria do Posto de Informação e Turismo da Batalha, destacamos uma peça que revela a arte da cantaria, executada pelas mãos de Bruno Cordeiro, no âmbito da sua Prova de Aptidão Profissional (PAP). Conta-nos Bruno que a escolha da peça foi arriscada e desafiante. Assim lho disse Alfredo Neto Ribeiro, seu mestre, e com quem aprendeu tanto sobre a arte da cantaria tradicional. Foi Alfredo Neto Ribeiro que lhe ensinou, por exemplo, a traçar linhas na pedra, com a orientação do sol, em substituição da régua. O Mestre acreditou nas capacidades de Bruno, apoiando-o em todo o processo de execução da PAP. O excelente resultado está à vista e ao toque, recriando um dos aspetos decorativos preferidos pelo Mestre, exímio conhecedor do monumento. A peça poderia substituir, com dignidade, o fragmento original, em caso de necessidade.

Da investigação sobre a obra e seu contexto histórico, ao levantamento geométrico e execução dos moldes, passando pelo desbaste, o trabalho demorou cerca de um ano a ser executado e nele foram aplicadas todas as aprendizagens que Bruno adquiriu na EAOTB, onde foi estudante entre 2001 e 2003.

Bruno Cordeiro seguiu depois para o Curso de Conservação e Restauro no Instituto Politécnico de Tomar. Participou em projetos de conservação e restauro de monumentos nacionais em Lisboa e no Porto e, atualmente, continua a dedicar-se à área em que se formou, sobretudo para privados, atuando em diversos materiais como mobiliário antigo, arte sacra, pedra, entre outros.

O nosso amigo Bruno Cordeiro mantém a arte da cantaria no seu coração e sonha com o regresso da Escola de Artes e Ofícios à Batalha, com a aprendizagem de artes tradicionais e decorativas, acreditando no seu enorme potencial para o turismo local, para a conservação do monumento e, sobretudo, para a comunidade.

Assim se constrói o Museu de Todos e se completa a vasta história da Batalha, sendo Bruno Cordeiro um doador fundamental para o enriquecimento da exposição.

Recordamos que o museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Siga-nos também nas nossas redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas atividades.