Núcleo de Combatentes da Batalha

Notícias dos combatentes

Os combatentes de amanhã

Uma enorme parte dos homens portugueses, com mais de 65 anos, tem histórias de vida ligadas à guerra colonial, tendo vivido episódios em teatros de guerra, na maior parte dos casos traumatizantes, sentidos e interpretados das mais diferenciadas formas.

A guerra muda de tal forma o individuo que nenhum voltou igual e, se a nação pouco ou nada faz, no mínimo deveria mostrar reconhecimento. Se, hoje em dia, esses homens se sentem apoiados e acarinhados é porque existe uma instituição que os trata como tal, onde são entendidos da forma que devem e não como doentes incuráveis, deixados à sua mercê e à deriva.

Apesar dos factos marcantes e dramáticos que viveram, foi um período que se constituiu como um fator de engrandecimento pessoal, fomentando uma maior consciencialização social e política, tornando-os mais ponderados e proativos em relação à sua condição social, bem como à dos seus pares.

É na Liga dos Combatentes que muitos destes heróis tem vindo a desenvolver atividades de cariz voluntário, no sentido de intervir no apoio aos seus congéneres, antigos combatentes, em situação de vulnerabilidade.

No que respeita à intervenção institucional, são parte integrante e fundamental da Liga dos Combatentes no apoio à proteção dos seus camaradas de armas, através da criação de respostas de ação concretas e adequadas a cada caso, promovendo assim um maior bem-estar psicossocial, numa relação de confiança, atenção e respeito pela pessoa.

Os combatentes são a espinha dorsal de qualquer país que, como o nosso, cresceu conquistando território. Sem eles, não haveria Portugal; sem eles não haveria liberdade. E os combatentes não acabaram com o fim da guerra do Ultramar.

Os novos combatentes, que serviram na Bósnia, Kosovo, Afeganistão, ou noutros teatros de operações espalhados pelo mundo, ainda retêm os traumas em silêncio, ou pela sua “juventude”, ou pelo recente regresso, ou porque grande parte são profissionais ainda no ativo, em pleno desempenho das suas funções, muitos deles, entre o vai e vem de teatros de operações.

Um aparecimento de traumas, dentro de alguns anos, poderá despoletar um novo movimento social, e se o poder político, central e local, não der ouvidos aos sucessivos avisos, de necessidade de apetrechar com mais e melhores meios e valências os núcleos da Liga dos Combatentes, poderão vir a ter à porta homens e mulheres, de uma geração completamente diferente, que encara os problemas de forma diversa, e que certamente não se deixarão ignorar como os seus antecessores.

Lembremos que muitos serão ex-profissionais que juraram servir o país com o sacrifício da própria vida e, os que a não perderam, apenas aceitarão que esse mesmo país lhes retribua do mesmo modo.

O garante da nossa independência, e defensores da nossa constituição, são os futuros combatentes, e esses são as crianças e jovens de hoje, os nossos filhos e netos.

Não que os queiramos ver combatentes, mas mal de nós se não houver homens e mulheres corajosos que ousem honrar a sua pátria, se para tal forem chamados, como os seus antepassados, ou que se entreguem voluntariamente a essa nobre profissão - ser militar, ser combatente.

Convida-se à reflexão, nesta quadra festiva que se avizinha, propícia ao perdão e reconciliação. Que este seja o Feliz Natal dos vossos sonhos, idealizados no espírito, sentidos no coração e partilhados na solidariedade por cada dia dum próspero 2018.


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