A Opinião de Augusto Neves
Jurista e presidente da Concelhia da Batalha do PS
Orçamento PS, governo PS e execução orçamental do PS
Decorrem por estes dias negociações à esquerda com vista a permitir, não só a aprovação do orçamento na generalidade e na especialidade, bem como garantir a sua exequibilidade política. E dizemos política, porque é disso que se trata, uma vez que do ponto de vista da receita e da despesa ninguém questiona a bondade do mesmo.
De resto, o próprio Rui Rio teve de encenar uma maratona analítica para justificar o voto contra do seu partido. Não obstante essa encenação, necessariamente desenvolvida, e cuja matriz assenta na guerra de guerrilha à volta das eleições internas que se aproximam.
Mas Rui Rio não pode perder tudo e por isso já se prepara para permitir a sua execução uma vez que o orçamento “até tem umas ideias engraçadas”. Dixit.
Ou seja, não fossem os apertos internos a que tem sido submetido o líder do PSD e poderíamos perfeitamente estar com o orçamento aprovado na generalidade e depois o PSD a esgrimir argumentos para obter as maiores vantagens em relação às esquerdas e um PSD como verdadeiro partido que põe à frente o país, em detrimento do próprio partido e do seu líder.
Mau seria se assim não fosse.
Mas o maior problema do PSD não é cumprir essa premissa democrática e patriótica. O grande problema é que não tem mais nada para apresentar. A guerra interna instalada desde o congresso em que Montenegro começou a disputar a liderança.
Muitos dizem que o problema de Rui Rio foi ter sido presidente da câmara do Porto em simultâneo com a presidência de António Costa na câmara da capital.
Talvez tenham razão porque se ficou mais ou menos claro que gerir a segunda maior câmara do país estava ao seu alcance desde logo porque tinha maioria e um gabinete.
Mas para gerir o país não basta um gabinete. É preciso ser um político fora de série e Rui Rio tem demonstrado que não é.
A polémica com os professores foi como um rombo no submarino da seriedade de Rio. E estamos todos lembrados como em duas “penadas” António Costa arrumou com o PSD, com o CDS.
E é por isso e por muito mais que muita gente considera António Costa o maior político da nossa orgânica política dos últimos anos.
A grande referência das boas contas do PSD de Passos Coelho comparadas com as do engenheiro Sócrates parecia que ia fazer escola. Mas o problema é que Passos Coelho conseguiu alguma recuperação da economia fundamentalmente às custas vos vencimentos da função publica. Depois António Costa apareceu a dar esperança às pessoas com uma nova política económica.
Primeiro foi a dúvida e o diabo.
Depois foi uma recuperação económica que em quatro anos pôs a economia do país em superavit.
Quem diria.
Ou seja, a margem de Rui Rio e não só de Rio diga-se, é muito reduzida.
Obviamente que ninguém de bom senso se atreve a chumbar o orçamento e consequentemente a fazer cair o Governo pois isso colocaria demasiadas areias movediças sob os pés dos seus responsáveis.
A questão do PCP já se percebeu que é o seu eleitorado fiel e que não aceita “a subjugação” ao PS, mas se não for subjugação então terá de ser acordo pois o PCP circula num fio de navalha entre a economia de estado e a economia capitalista, entre os fundos comunitários que tem feito desenvolver o pais e a saída do euro.
Por seu turno o Bloco tem a secreta esperança de vir a ser governo, mas não tem como assumi-lo e menos ainda como concretizá-lo (sozinho já se vê).
Teremos, portanto, um orçamento do PS, um Governo do PS e uma execução orçamental do PS, aqui e ali sarapintada de laranja ou um pouco mais avermelhada.
Esperemos que todos contribuam para o crescimento económico do país e que com isso melhore a qualidade de vida de todos nós.
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