“O voluntariado não é receita para uma depressão”
“O voluntariado não é receita para uma depressão ou para ocupar os tempos livres, é um exercício consciente e responsável do direito e do dever de cidadania, de disponibilidade para dar e receber, de assumir responsabilidades e compromissos e de treinar capacidades”, considera o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNISS), padre Lino Maia.
“O voluntário não é aquele que faz turismo, que anda a saltitar, a ver coisas, mas é aquele que se interessa com responsabilidade, com compromisso, com consciência da suas aptidões e disponibilidades”, explicou o padre Lino Maia durante a sua intervenção, intitulada “O voluntariado e o seu papel social”, na sessão solene do Dia do Município da Batalha, na quarta-feira, 14.
Na perspetiva do orador convidado da cerimónia, ser voluntário “é ter disponibilidade para dar e receber” e um “exercício consciente que tem efeitos em cada um e dá sentido e vida”. Mas, alertou, “os voluntários não são turistas, têm de se enquadrar num programa”.
“Se nos limitássemos a fazer aquilo que é estritamente obrigatório para obter algum rendimento o país estaria muito pior e nós seríamos muito mais infelizes”, adiantou o presidente da CNISS, considerando que “todos somos voluntários”, nomeadamente autarcas, bombeiros, vicentinos, escuteiros ou “pastores”, como exemplificou.
Para o presidente da Assembleia Municipal da Batalha, Júlio Órfão, “o voluntariado é antes de mais um ato de cidadania, traduzindo-se numa componente importante no percurso da vida das pessoas, ao contribuir para reduzir a disparidades sociais e promover a necessidade e o dever de ajudar o próximo”.
“O voluntário aproveita de forma desinteressada toda a oportunidade para minorar as diferenças sociais, para proporcionar bem-estar e contribuir, nem que seja apenas um pouquinho, para a felicidade de alguém, porque se criam relações, promove a pessoa, se estimula e desenvolve o que cada um tem de melhor”, adiantou.
No entanto, passados já 21 anos desde a promulgação da lei sobre o voluntariado, “a necessitar de ser ajustada a novos contextos, continua a haver muita gente que encara um pouco de soslaio esta obrigação de ser solidário, apenas por que acha constitui uma obrigação do Estado, esquecendo-se que a este não cabe tanto prestar serviços quanto garantir direitos”, considera Júlio Órfão.
Na sua opinião, “não devemos ter uma visão redutora deste conceito, porque de facto o voluntariado vai muito além da nobre e altruísta prática, em que todos pensarão em primeiro lugar, e que eu designo de voluntariado assistencial, desenrolando-se também em vários outros domínios, como sejam no cultural, científico, ambiental, desportivo e até religioso”.
No ano passado, a taxa de voluntariado foi de 7,8%, ou seja, 655 mil pessoas da população residente em Portugal, com 15 ou mais anos, participou em pelo menos uma atividade de trabalho voluntário.
Foi exercido em 91% dos casos em entidades da economia social e correspondeu no ano passado a 263 milhões de horas trabalhadas, em 62 mil entidades no sector, que significam 235 mil empregos remunerados.
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