Gabriela Amorim Reis

Interna de MGF na USF Condestável Batalha

O verdadeiro peso da obesidade

A obesidade é uma doença crónica e de origem multifatorial. Os estilos de vida, como a alimentação desequilibrada e a inatividade física, são fatores que podem influenciar a prevalência desta doença.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é definida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de afetar a saúde. É uma doença crónica, de origem multifatorial e está associada a doenças crónico-degenerativas.

Dados da OMS referem que todos os anos morrem, no mundo, 2,8 milhões de pessoas como resultado do excesso de peso. Em Portugal, quase metade da população apresenta excesso de peso e perto de 1 milhão de adultos sofre de obesidade.

Estes números preocupantes estão, entre outras causas, ligados a hábitos de vida mais sedentários e à transformação dos hábitos alimentares, ocorrida ao longo das últimas décadas.

A fronteira entre o excesso de peso e a obesidade pode ser determinada pelo índice de massa corporal, cujo valor se calcula dividindo o peso (kg) pela altura ao quadrado. Se o resultado se situar entre 18,5 e 24.9kg/m2, considera-se peso saudável; entre 25 e 29.9kg/m2 considera-se excesso de peso e, uma vez ultrapassado os 30kg/m2, diagnostica-se obesidade (considerada severa a partir de 35kg/m2 e mórbida a partir de 40kg/m2). Este índice pode complementar-se com outros métodos da avaliação corporal (massa gorda, massa muscular, perímetro abdominal, entre outros).

Considerada pela OMS como uma epidemia, a obesidade afeta a longevidade e a qualidade de vida. Por favorecerem doenças como a diabetes mellitus tipo II, a hipertensão arterial ou a dislipidemia, o excesso de peso e a obesidade levam a um importante aumento do risco cardiovascular. Também tem grande impacto na estrutura óssea com difícil mobilidade e repercussões sobre as articulações. Com a qualidade de vida reduzida, verifica-se também uma tendência para o isolamento social, baixa autoestima e problemas de ansiedade e depressão que daí advêm.

Assim, prevenir o excesso de peso desde a infância é uma medida urgente e que terá um impacto positivo na saúde futura.

Medidas para prevenir e combater a obesidade: a regra essencial é manter o gasto calórico do corpo igual ou superior à quantidade de calorias ingeridas.

1. Siga as proporções recomendadas pela Roda dos Alimentos. Pratique uma dieta equilibrada e variada, rica em legumes, cereais integrais, fruta e peixe. Reduza os alimentos com açúcar e as gorduras saturadas, presentes sobretudo nas gorduras processadas industrialmente (hidrogenadas), carnes vermelhas, manteiga, e laticínios gordos.

2. Aprenda a conhecer os alimentos e os nutrimentos. Quando ingere um alimento, procure saber que tipo de nutrientes está a fornecer ao seu organismo. É importante ter a noção de que certos alimentos são mais calóricos do que outros.

3. Coma cada 3 a 4 horas. Comendo várias vezes ao dia não tem demasiada fome quando chega à refeição seguinte. Coma porções suficientes para se sentir saciado.

4. Mantenha uma atividade física regular. Escolha uma atividade que lhe dê prazer e inclua-a na sua rotina, de preferência diária. A regularidade é importante.

5. Emagrecer e manter um peso saudável. Tão importante como emagrecer é manter um peso saudável ao longo do tempo.


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