Município da Batalha - Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

Espaço do Museu

O museu dos sentidos. Ver

Temos vindo a apresentar, nesta coluna, alguns dos recursos existentes na exposição do MCCB pensados para todos, incluindo as pessoas com alguma incapacidade ou deficiência.

Abordámos, na última edição, o sentido do tato e as experiências através do toque, nomeadamente os objetos para tocar, a informação em código braille ou o trilho tátil no chão. Todas estas soluções são ajudas técnicas fundamentais para as pessoas com deficiência visual que, complementadas com o som e a descrição, potenciam uma visita mais completa.

Quando falamos em deficiência visual pensamos tendencialmente na cegueira e nas pessoas que se fazem acompanhar por um cão guia ou que usam uma bengala branca. Mas é importante ter também presente as especificidades das pessoas que têm baixa visão, ou seja, que veem alguma coisa, ainda que pouco. Ausência de visão periférica e/ou central, dificuldade em focar a imagem, ver como se observasse através de um pequeno orifício são algumas dos sintomas das pessoas classificadas como portadoras de baixa visão. Estes podem ser de ordem genética, de género ou de idade. Podem ainda ser resultantes de alguma doença ou acidente.

De acordo com Programa Nacional para a Saúde da Visão, estima-se que em Portugal haja cerca de 35.000 pessoas que sofrem de baixa de visão relacionada com doenças da retina e da coróide, nomeadamente de Degenerescência Macular ligada à Idade, que afeta 5% das pessoas com mais de 55 anos e uma em cada 10 pessoas com mais de 65 anos.

Estes dados indicam-nos que, à semelhança de outros países europeus, em Portugal verifica-se a tendência para envelhecimento da população, sendo a diminuição da capacidade visual uma realidade cada vez mais evidente.

Viver com baixa visão não é necessariamente sinónimo de perda de autonomia, já que as pessoas podem fazer uma vida como os designados normovisuais.

Todavia, para que tal aconteça em condições de conforto e segurança é necessário disponibilizar recursos que facilitem a visibilidade e a leitura de informação.

No MCCB existe, entre outras soluções, alto contraste nos livros virtuais e na informação nas paredes, contraste de cores, legendas curtas e com tamanho largo nos vídeos, iluminação direcionada para peças e textos, informação sonora e recursos táteis.

A baixa visão merece-nos, pois, especial atenção e deverá ser considerada em vários aspetos do dia-a-dia. Da leitura do jornal, passando pela informação da bula dos medicamentos ou ainda pelas “letras miúdas” dos contratos, instituições públicas e privadas deverão ter noção desta realidade de forma a facultar a informação de forma democrática a todos os cidadãos.

Reforçamos, novamente, o convite à visita ao museu, relembrando que aos primeiros domingos do mês, pelas 11h30, há visita guiada para todos. Nesse dia as entradas são gratuitas para os Munícipes. O museu está aberto de quarta-feira a domingo (10h00-13h00; 14h00-18h00). Fonte: www.retinaportugal.org.pt


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