A Opinião de André Loureiro

Vice-presidente da Câmara Municipal da Batalha

O impacto da Covid-19 na sociedade e o papel das lideranças

Numa altura em que se vive uma crise mundial associada à pandemia da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, os receios aumentam, as expectativas diminuem e o caos instala-se. O isolamento social, o encerramento de escolas, fábricas, cafés e restaurantes são uma necessidade e o impacto económico é inevitável perante a paralisação do país.

Gerir uma crise desta dimensão é um desafio diário e um teste à coragem dos nossos governantes, empresários, profissionais da saúde e muitos outros que asseguram a tranquilidade possível da nossa vida. E neste particular, quero afirmar o imenso respeito pelos nossos governantes, desde o Presidente da República, o primeiro-ministro, as autoridades de saúde pública, até aos eleitos das freguesias - cada um, na sua escala, tem assegurado com inegável mérito a gestão desta pandemia.

É certo que haverá erros merecedores de reparo. Como alguém nestes dias lembrava, a democracia não está suspensa e, contrariamente ao referido nalgumas opiniões, considero que a crítica e a fiscalização políticas são essenciais, mesmo num quadro de emergência nacional.

Esta convicção não impede de constatar a insólita situação de alguns políticos de bancada, comentadores e ditos fazedores de opinião, geralmente todos bem na vida, que no conforto da sua altivez são agora especialistas na Covid-19 e reclamam isenções para todos os serviços, redução de impostos, e medidas de apoio do Estado para tudo, sobretudo para as empresas ou interesses que representam.

Neste particular, as lideranças e o Estado devem concentrar esforços em salvar vidas, apoiar os profissionais de saúde e acorrer às populações mais frágeis e necessitadas. Estamos a meio de uma guerra, em que muitos vivem nos limites da sobrevivência e são esses que um Estado solidário deve atender prioritariamente.

O contexto é muito exigente e sem paralelo. Por isso, o papel das lideranças, seja no domínio político, empresarial ou social, será um dos fatores decisivos no desfecho desta crise pandémica. E se dúvidas houvesse, veja-se as diferenças da evolução da Covid-19 hoje conhecida, por exemplo, em países como a República Checa, Coreia do Sul ou mesmo em Portugal, face às realidades dramáticas que conhecemos nos Estados Unidos, em Espanha ou no Brasil.

No Município da Batalha temos tido a capacidade de antecipar e implementar medidas de proteção da população e de apoio direto às famílias, instituições sociais e empresas, mas também para ajudar os agregados familiares com filhos ou, mais recentemente, para apoiar as crianças e jovens que precisam de computador e acesso à Internet para o ensino à distância.

O condicionamento da venda itinerante, o apoio financeiro aos centros hospitalares, a distribuição gratuita de máscaras, a criação do “cartão familiar” para os novos desempregados ou a aquisição de computadores para os alunos, por exemplo, foram medidas polémicas junto de alguns sectores e que exigiram a determinação das lideranças. Outros reclamam isenções e serviços públicos à borla para todos, na ilusão de que esse caminho é possível sem mais impostos ou sacrifícios no futuro próximo.

Na Batalha temos dado prioridade à proteção das pessoas que efetivamente precisam. O resultado final será avaliado no futuro próximo, mas até agora temos um objetivo claro fixado pelas lideranças: no Concelho da Batalha ninguém fica para trás, sejam os mais novos, o pequeno comércio ou a população mais idosa, que deve ser protegida e amada, porque nesta luta ninguém é dispensável.

Uma última palavra sobre a mais recente polémica das comemorações do 25 de abril marcadas para a Assembleia da República. Não havia necessidade!

Fique bem e com saúde.

 


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