A Opinião de António Lucas

Ex-presidente da Câmara da Batalha

Investimentos prioritários

É muito vulgar ler ou ouvir que os investimentos em infraestruturas públicas estão feitos e os municípios não precisam de fazer mais, sendo as suas atividades e investimentos muito mais imateriais.

Haverá alguma razão nesta afirmação em relação a determinados investimentos. No entanto, outros existem que estando efetuados e em funcionamento, estão a atingir, ou até já ultrapassaram, o seu período de vida útil. Refiro-me concretamente as redes de abastecimento de água e de saneamento.

O nosso concelho tem diversas redes de abastecimento de água, que já esgotaram, ou estão a esgotar a sua vida útil, e salvo erro ou omissão, o orçamento municipal não contempla grandes investimentos nesta área. Será muito importante que a curto prazo estes investimentos de rejuvenescimento dos sistemas de abastecimento de água se concretizem, sob pena da qualidade do serviço se degradar fortemente, colocando em causa a qualidade de vida dos cidadãos e o potencial produtivo das empresas.

São investimentos caros, que aquando da sua execução são chatos e complicam a vida aos cidadãos, provocando restrições na circulação, lama no inverno e pó no verão, mas são fundamentais e demoram tempo a planear e muito mais a executar. São também caros.

No entanto são imprescindíveis e nos tempos que correm não podemos viver sem eles.

Por outro lado, a idade avançada implica, por mais cuidados que existam na gestão dos sistemas de abastecimento, uma enorme perda de água, inaceitável em tempos de crises climáticas cada dia mais intensas e frequentes.

O sistema de abastecimento de água da Batalha já tem algumas redundâncias e alternativas, entre captações próprias e abastecimento através da EPAL, por via da água de Castelo de Bode.

Este trabalho deve ser continuado, mantendo as nossas captações em funcionamento, como alternativa a alguma emergência que ocorra em Castelo de Bode.

Este é o trabalho que não se vê, mas é mais importante do que todo o que aparece na comunicação social com muito ênfase, porque é este que dá sustentabilidade e competitividade amanhã, um amanhã que chegará mais depressa do que talvez pensemos.

Não nos esqueçamos que existem ainda quilómetros de rede em fibrocimento e apesar de sabermos que não acarreta problemas de saúde para os consumidores da água, são tubagens com a vida útil esgotada e são perigosas sim para quem contacta com elas na reparação de uma rutura se não usarmos equipamentos de proteção individual adequados.

Estes deverão ser investimentos prioritários. Fica a sugestão.


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