José Travaços Santos

Baú da Memória

As imagens que já não se repetem

Nesta preciosa fotografia, talvez dos fins do século XIX ou princípios do século XX e cuja origem lamentavelmente desconheço, a multidão em frente do Mosteiro talvez em dia de festa, à saída da igreja conventual, traja ainda com o vestuário típico da nossa região etnográfica, a histórica Alta Estremadura, sendo por isso valiosa a informação que nos proporciona sobre esse aspecto distintivo e hoje tão importante para esclarecimento dos grupos folclóricos.

A artística grilhagem que então emoldurava o monumento, obra da segunda metade do século XIX dos nossos hábeis canteiros, que ainda fez parte da paisagem da minha meninice e da minha juventude, grilhagem que aumentava e enriquecia o espaço monumental, desapareceu com o plano de urbanização dos anos 60.

O Mosteiro e a própria Vila são dos monumentos e das povoações mais fotografados do País. Algumas das fotografias primitivas, por meados do século XIX, foram tiradas na Batalha e todos os grandes fotógrafos desde Emílio Biel, a Novais, ao Alvão, por aqui andaram e fotografaram, vezes sem conta, o monumento e as suas gentes.

Muitas das suas imagens são hoje consideradas relíquias da arte fotográfica.

Uma valiosa fonte de fotografias da Batalha é a revista “Brasil-Portugal”, sobretudo as tiradas em 1 de Dezembro de 1901, ou à volta dessa data, por altura da trasladação de vários túmulos dentro do próprio Mosteiro e da vinda à nossa Vila do Rei D. Carlos I e da Rainha D. Amélia.

 


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