Grupo Aves da Batalha instala hostéis para corujas-das-torres

O grupo Aves da Batalha está a desenvolver um projeto ambiental de preservação da coruja-das-torres, que consiste na colocação de caixas-ninho que facilitem a fixação e reprodução da ave. O primeiro foi colocado no dia 9 deste mês numa árvore na Rebolaria.

Esta atividade contou com o apoio dos presidentes do Centro Recreativo da Rebolaria, Marco Ramos, e da Junta de Freguesia da Batalha, Rosa Abraúl. “Não foi uma tarefa fácil, mas passadas quase duas horas conseguimos fixar a caixa ao carvalho, sempre com um enorme cuidado para não comprometer a saúde da árvore. Agora é esperar que durante o outono e inverno o novo 'hostel' da Rebolaria seja usado”, referiu João Tomás, membro do grupo Aves da Batalha, que “agradece a todos os que ajudaram na instalação”.

Para já, está prevista apenas a instalação de mais uma caixa-ninho, envolvendo a escola da Golpilheira, no início de outubro. “A ideia é os alunos, pais e professores encontrarem um habitat favorável para a espécie nas imediações da Golpilheira. Nós avaliaremos o local e ajudaremos na instalação. Depois, juntos instalaremos a caixa, falaremos sobre a iniciativa e a sua importância para os interessados da comunidade escolar”, explicou João Tomás. No final da ação, poderá ser devolvida à natureza uma ave selvagem de um um centro de recuperação da região. Os Casais dos Ledos e o Casal de Santa Joana também poderão receber caixas-ninho, mas as datas ainda não estão definidas.

O grupo de Aves da Batalha construiu cinco caixas-ninho, cuja instalação compete a igual número de membros do coletivo. Se houver interesse da população e das entidades locais, poderão ser construídas mais e instaladas por todo o concelho.

“O modelo destas caixas-ninho é um dos muitos que existem, que já são utilizados há alguns anos em países do norte e centro da Europa, como por exemplo o Reino Unido. São específicos para corujas-das-torres”, explica João Tomás.

Os custos (15 euros por caixa-ninho) são suportados pelos membros do grupo, que, por ser uma iniciativa de cidadãos, e não uma associação, não tem apoios financeiros. “As atividades que temos realizado são a custo zero, tanto para quem organiza, como para quem participa. O nosso objetivo principal é dar a conhecer o património natural do concelho aos batalhenses e aos interessados de fora do concelho, fazer alguma monitorização da fauna e flora existente e abordar a questão da sustentabilidade ambiental. Afinal de contas, não se pode exigir a ninguém que proteja aquilo que não conhece”, explica o membro do grupo.

Espécie tem diminuído

A iniciativa surgiu do facto das populações ibéricas de coruja-das-torres terem diminuído muito nas últimas décadas. Há vários fatores que têm contribuído para esta diminuição, como por exemplo o uso de raticidas e de pesticidas, que diminuem a disponibilidade alimentar e, de forma indireta, acabam por matá-las ao ingeriram ratos envenenados. Outra aspeto, é a alteração do uso dos solos, já que muitos dos campos agrícolas que havia passaram a ser floresta, habitat que não favorece a espécie. Por fim, outro fator de ameaça e a razão que levou o Grupo Aves da Batalha a esta iniciativa, é o desaparecimento de locais para a construção dos ninhos, como palheiros e casas abandonadas. Por isso, as caixas-ninho procuram aumentar a disponibilidade de locais onde a espécie possa nidificar. As corujas são muito importantes para o controlo para populações de ratos.

NR - Na edição em papel escreve-se, erradamente, que a primeira caixa-ninho foi colocada na Golpilheira, quando, na verdade, foi na Rebolaria. E, de igual modo, o presidente do Centro Recreativo da Rebolaria é, mais concretamente, Marco (Paulo Bagagem) Ramos. Pelos erros, pedimos desculpa a todos os envolvidos na iniciativa e aos nossos leitores.

 


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