A Opinião de André Loureiro
Vereador na Câmara da Batalha
Falta de respeito pela opinião diferente: por mim não passará!
“Qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão. Este direito compreende a liberdade de opinião e a liberdade de receber e de transmitir informações ou ideias, sem que possa haver ingerência de quaisquer poderes públicos”, assim dispõe o 11º artigo da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, tal como a nossa Constituição consagra este mesmo direito fundamental e que em circunstância alguma podemos abdicar ou ter receio de lembrar aos responsáveis hoje no poder, mas amanhã na oposição, como é natural em Democracia.
Com uma frequência surpreendente e num estilo “à antiga”, muito apreciado no tempo do Estado Novo, os novos responsáveis autárquicos lidam mal com a crítica e sobretudo parecem entender que só existe governação com a sua superior sabedoria, rejeitando qualquer opinião distinta e tudo fazem para silenciar qualquer voz dissonante. E a esta forma de estar, bem conhecida de alguns dos novos protagonistas, que sempre tiveram a pretensão de mandar em tudo e todos, seja nas autarquias, nos clubes ou instituições sociais, e citando o insuspeito António Costa em recente resposta ao líder do Chega, apenas pode ter uma reação: “por mim não passará!”
Hoje na nossa terra as restrições à liberdade da expressão assumem formas menos evidentes, alguns esquemas matreiros e muita insinuação ameaçadora, tudo formas de atuação de um poder recauchutado, mas nem por isso menos ardiloso no objetivo de criar o pensamento único em torno de uma prática política que na visão destes protagonistas deve ser “sem ondas”, ou seja, apenas o exercício da confirmação da arrogância na política.


Nesta altura do início de um novo ano surge a necessidade de refletir, um pouco mais, sobre os projetos que desejamos a nível profissional, familiar e também para a nossa comunidade. E como está ela nos dias que correm? Evoluiu, certamente. Transformou-se e mudou de ares. Está melhor? Pior? Diferente é certo, mas com ambição e vontade de olhar para o futuro, nem por isso.
Às vezes, reparo que toda a gente diz o mesmo, ou tem a mesma opinião, sobre o tema do momento: afinal que novos projetos mudança temos para o nosso concelho? Foi aprovado um novo plano e respetivo orçamento, alguém identificou alguma ideia nova ou medidas municipais de emergência que possam ajudar a recuperação económica e social da nossa terra? Para os mais novos e famílias com filhos, vão manter-se os apoios à habitação jovem e à creche? As empresas e comércios locais, terão as taxas municipais reduzidas e apoios ao investimento e manutenção do emprego? Haverá melhores cuidados de saúde, transportes e medicamentos gratuitos para a população sénior?
Enfim tudo questões sem resposta, algumas das quais considero cruciais para os próximos tempos e que “democraticamente” foi impedido de formular na última reunião da assembleia municipal, por decisão (sem direito a recurso) do novo presidente em funções. Lamentável e um atropelo às regras da democracia, para além de constituir um absurdo político, uma vez que para construir um melhor futuro para a nossa terra todas as opiniões devem contar e ninguém – mesmo ninguém – é dono da verdade.
Uma opinião livre e o respeito pelo contraditório são instrumentos-chave para uma Democracia franca, e sem Democracia não existe liberdade de expressão, nem pluralidade de ideias, nem progresso. Cabe-nos a nós revalidarmos a liberdade de expressão conquistada em 1974. Por essa razão, sempre recordarei as palavras do atual primeiro-ministro, a arrogância e o autoritarismo, por mim não passará! Um excelente ano de 2022 para o nosso Concelho da Batalha.
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