Estudante acusado de preparar ataque contra colegas está em prisão preventiva
O jovem de 18 anos natural do Concelho da Batalha suspeito de preparar um ataque contra colegas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), onde agora estudava no 1.º ano de Engenharia Informática, está em prisão preventiva a aguardar julgamento desde 11 de fevereiro.
O arguido, natural de Lapa Furada, na freguesia de São Mamede, foi presente a um juiz de instrução criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa, indiciado pelos crimes de “posse de armas proibidas e terrorismo”.
O juiz validou os indícios e no final da audiência aplicou a J.R. a medida de coação mais gravosa, por haver “perigo de continuação da atividade criminosa e alarme social”. Está preso no Estabelecimento Prisional de Lisboa, enquanto aguarda os desenvolvimentos do processo judicial.
O jovem rumou para Lisboa, depois de concluir o ensino secundário no Agrupamento de Escolas da Batalha. Quem o conhece, descreve-o como "discreto e introvertido", “extremamente inteligente”, mas “bastante reservado”. “Era um rapaz reservado, bom aluno, mas com dificuldades de relacionamento”.
Partilhava o gosto pelos computadores e pelo universo Anime, expressão habitualmente conotada com a banda desenhada japonesa, e seria também consumidor de informação sobre massacres, por exemplo aqueles que aconteceram em estabelecimentos de ensino nos Estados Unidos.
O jovem, que sofre do Síndrome de Asperger (um espécie de autismo), seria vítima de bullying e as autoridades estarão a considerar a possibilidade de se tratar de uma “vingança” contra os colegas. Até porque a Polícia Judiciária (PJ), que o deteve a 10 de fevereiro, um dia antes da data planeada para o eventual crime, não encontrou até agora razões político-ideológicas para o comportamento de J.R. e os alvos seriam indiscriminados.
O arguido vivia num quarto de um apartamento arrendado na zona dos Olivais, onde a PJ o deteve, em flagrante delito, alegadamente na posse de facas, punhais, bestas e setas; maçaricos, latas com gás e gasolina, e isqueiros. A PJ terá encontrado ainda um plano escrito e detalhado sobre o eventual ataque na FCUL.
A comunicação de que estaria a ser preparado o ataque foi enviada no dia 5 de fevereiro pelo FBI ao Serviço de Informações de Segurança (SIS) - que, por sua vez, a transmitiu à PJ. A informação que chegou do FBI consistia num endereço de IP (um número que permite, por exemplo, localizar um computador) e o nickname (pseudónimo) que o jovem usava na “deep e/ou da dark web”, uma espécie de submundo da Internet, inacessível à generalidade das pessoas.
No dia 10 de fevereiro, pela manhã, a Unidade Nacional Contraterrorismo da PJ cumpriu os mandados de busca domiciliária, nos Olivais, e travou o que supõe ser um ataque em preparação para acontecer passadas 24 horas, no dia em que estavam agendados exames na FCUL, que a direção do estabelecimento de ensino manteve.
No final da audiência em que o juiz determinou a prisão preventiva de J.R., o advogado de defesa, Jorge Pracana, revelou que iria recorrer da medida de coação. O jovem remeteu-se ao silêncio durante a audiência.
Entretanto, o presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro, disse que o município iria “disponibilizar o psicólogo de serviço da autarquia para ajudar a família” do jovem, adiantado que família está a viver um momento “difícil”. Adiantou que o suspeito é “inteligente e de uma família humilde”.
O que diz a Judiciária
“A investigação foi desencadeada por suspeitas de atentado dirigido a estudantes universitários da Universidade de Lisboa. Face à gravidade das suspeitas, foi atribuída a máxima prioridade à investigação, a qual permitiria interromper a atividade criminosa em curso.
Na sequência das buscas realizadas, seriam apreendidos vastos elementos de prova, que confirmariam as suspeitas iniciais. Para além de várias armas proibidas, seriam igualmente apreendidos outros artigos suscetíveis de serem usados na prática de crimes violentos, vasta documentação, isto, para além um plano escrito com os detalhes da ação criminal a desencadear.
O arguido detido em flagrante delito pela posse das referidas armas, encontra-se igualmente indiciado pela prática do crime de terrorismo. O arguido de 18 anos de idade, será presente a primeiro interrogatório judicial para sujeição à medida de coação tida por adequada”.
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