A Opinião de António Lucas
Ex-presidente do Município da Batalha
Eleições legislativas
Muito recentemente tivemos eleições autárquicas, não sendo muito expectável nesse momento que, quatro meses volvidos, fossemos novamente chamados às mesas de voto, desta feita para elegermos nova Assembleia da Republica, da qual sairá um novo governo da Republica.
Segundo as sondagens (será que podemos acreditar nelas?), o cenário político do país continuará semelhante ao que temos hoje, com pequenas (ou grandes) alterações, mormente no peso eleitoral dos pequenos partidos, com um ou outro a crescerem e um ou outro a quase desaparecer.
Independentemente de quem ganhará e de quem perderá, importante mesmo é a nossa participação cívica, não deixando para terceiros e para a abstenção os nossos direitos e as nossas responsabilidades.
No que toca aos níveis elevadíssimos de abstenção, é claro que os grandes culpados são os partidos políticos, que se têm vindo a pôr a jeito, com guerrilhas internas pelo poder e pelos tachos que levam a uma enorme desmotivação dos eleitores e a sua ausência cada vez maior, das mesas de voto. E apesar deste indicador, ter vindo, paulatinamente, ao longo dos anos a crescer, os partidos e os seus membros, não aprendem, não mudam de estratégia, mantendo muitas vezes uma enorme falta de respeito pelos eleitores, com consequências graves no modelo de governação existente, que apesar de não ótimo, é o menos mau de todos os conhecidos. Porquê? Porque os outros são ditaduras.
Os exemplos que PSD e CDS estão a dar, neste período de campanha para eleições internas, não abona nada a democracia. Mas o mesmo já aconteceu também com o PS, noutros ciclos políticos.


Neste enquadramento, ou os partidos políticos, passam a fazer mais política e menos politiquice, ou então, admirem-se com o crescimento exponencial previsível do Chega e de outros que tais.
Está mais do que provado, que Portugal é um país cuja larga maioria da população gravita politicamente no centro, entre PSD e PS, no fundo, em torno da social democracia, que mais não é do que um modelo social que assenta numa iniciativa privada forte, capaz de respeitar todos os atores e capaz de gerar riqueza suficiente para que todos possam ter uma vida digna. Porque não tenhamos ilusões, quem gera a riqueza para que o Estado possa distribuir bem, com racionalidade e equidade por todos, mais não são do que os cidadãos individualmente e as empresas. O Estado em si, não gera riqueza, o Estado gere a riqueza que os cidadãos produzem.
E assim sendo, precisamos de um Estado forte, democrático, respeitador dos cidadãos, de todos os cidadãos, da capacidade individual de cada um de nós, e bem gerido, muito bem gerido.
Entre deixarmos em mãos alheias a escolha da nova Assembleia da República, ou assumirmos os nossos direitos e deveres, será sempre melhor não deitarmos fora esses direitos, ficando em casa ausentando-nos das mesas de voto no final de janeiro de 2022.
A democracia precisa de todos.
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