José Travaços Santos
Dois versos: "Condição" e "Quarentena"
Não sei como será a edição de Abril do Jornal da Batalha. Com certeza que, como muito do que respeita a nossa vida, sofrerá alterações. Espero e desejo que seja uma situação temporária e muito pouco durável e que a Humanidade possa tirar ilacções desta calamidade que vem provar que, não obstante todos os avanços e conquistas da Ciência, a nossa condição é e continuará a ser frágil. Quem é crente, como eu, acredita que tudo tem uma razão de ser e que são situações como esta que nos fazem parar, pensar e rever a nossa vida pessoal e a nossa vida colectiva, as relações com os nossos concidadãos, começando pelos nossos vizinhos, e com os outros povos. A todos devemos solidariedade e ajuda. Com estima, dedico estes versos aos leitores:
Condição
Não houve sinais no céu
nem profeta a prevê-la.
Como nos tempos antigos,
a peste vestida de negro,
de negro, de negro da morte,
veio avisar as nações,
a todas sem excepção,
como nos tempos antigos,
que é tão frágil a condição,
a condição de ser humano,
que basta um nada invisível
para a dominar e perdê-la.
Ao contrário dos tempos antigos
não houve sinais no céu
nem profeta a prevê-la.
Quarentena
Amedrontado e fechado
em prisão domiciliária
à espera que o mundo acabe
ou recomece.
Com a vida encarcerada
nada mais me apetece
do que uma ordem de despejo
nua e crua
e uma licença camarária
para apanhar em pelote
banhos de sol na rua.
José Travaços Santos
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