Freitas Pinheiro
Médico na USF Condestável, Batalha
Década nova, vida nova! Vamos ser mais saudáveis
Com a entrada numa nova década proponho que sejamos todos mais saudáveis, que adotemos novos estilos de vida e que possamos chegar aos anos 30 com mais saúde e com menor necessidade de novas mudanças para a saúde.
Com trabalhos mais exigentes e cada vez com menos tempo para cuidar de nós é imperativo uma mudança alimentar na sociedade. A nossa tão famosa dieta mediterrânica está cada vez mais diluída nas comidas rápidas, processadas e enlatadas dos dias que correm. É difícil manter uma boa alimentação quando se fazem poucas refeições em casa, quando temos pouco tempo para almoçar, lanchar ou jantar. O que proponho é que tentemos lutar contra isso, que adotemos uma rotina de boas escolhas tanto nos restaurantes como com as marmitas. Independentemente da profissão de cada um, o descanso para almoço é obrigatório e deve ser bem aproveitado. Tentemos fazer as escolhas acertadas para uma refeição equilibrada e nutritiva para suprir as necessidades do resto do dia.
Levar marmita para o trabalho deixou de ser sinónimo de vergonha e passou a ser sinónimo de preocupação com a saúde. Para as grandes refeições (almoço ou jantar) devemos ponderar os alimentos ricos em hidratos de carbono porque são dos principais responsáveis pela ingestão de açucares e portanto pelo aumento da glicemia sanguínea de forma rápida, ou seja, temos que reduzir o pão, a massa, o arroz, as batatas, entre outros. Devemos priorizar legumes, carne e peixe. Uma refeição equilibrada é meio caminho andado para atingir as metas propostas, mas ao longo de uma jornada de trabalho é igualmente importante fazer pequenas pausas para os lanches, que devem ser rápidos e eficazes. Para isso evite os açúcares refinados e aproveite as frutas, frutos secos e até os ovos, porque não?
Aliada à alimentação, a atividade física é uma ferramenta para perder peso ou para nos sentirmos mais capazes. Comece com pequenas caminhadas, estabeleça metas a médio prazo e tente reavaliar essas metas a cada mês. Ao fim de alguns meses estará a fazer muito mais do que o que esperava alguma dia conseguir. A sua saúde vai agradecer e certamente que o seu médico o vai elogiar por isso.
Termino com uma menção ao álcool e ao tabaco. O álcool faz parte da nossa cultura, não é fácil deixar de o consumir, mas é possível reduzir o seu consumo no dia-a-dia ou deixá-lo para as ocasiões especiais. A OMS estabelece o consumo responsável num máximo diário de 20 gramas de álcool. Um copo de vinho tinto de 100ml tem 10 gramas, uma cerveja de 250ml tem 10 gramas e 30ml de whisky têm as mesmas10 gramas. Faça as contas e não se exceda, modere o consumo.
Para o tabaco nada mais referir que é responsável por mais de 10% das mortes anuais em Portugal, mais de 45% das mortes de pessoas que sofrem de DPOC, mais de 19% das mortes por cancro. Pare de fumar, não há nenhum motivo para o continuar a fazer.
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