Casal da Batalha burla dezenas em todo o país
Um casal residente na Batalha é suspeito da prática de dezenas de burlas, pelo menos nos últimos três anos, através de falsos arrendamentos de casas e apartamentos. Há pessoas lesadas de norte a sul do país e, apesar das muitas queixas apresentadas às autoridades policiais e de processos em tribunal, a dupla é acusada de continuar a cometer os crimes.
Nos últimos meses, aproveitando a expetativa das potenciais vítimas em relação ao arrendamento de casas para as férias de verão, por exemplo no Algarve ou Nazaré, o casal suspeito, Sérgio Silva e Tânia Tomé, “intensificou a sua atividade”, segundo dezenas de testemunhas que contactaram o Jornal da Batalha ou expuseram os seus casos em comentários-denúncia na Internet.
Os suspeitos usam as redes de acesso público (Wi-Fi) da Internet, por exemplo de estabelecimentos públicos, para publicar anúncios com fotografias em plataformas como o OLX e Custo Justo a arrendar casas ou apartamentos, à semana ou à quinzena, pertencentes a terceiros, como o Jornal da Batalha noticiou em abril de 2016. Em simultâneo, suspeita-se que criam perfis falsos nas redes sociais e alteram elementos que possam conduzir à sua localização e identificação.
Os lesados apercebem-se da burla tarde de mais: quando já fizeram o pagamento antecipado de pelo menos uma parte da renda ou do sinal, depositando o dinheiro em contas bancárias indicadas pelo alegado mentor dos crimes. A mulher, sua companheira, terá um papel 'secundário'.
Os casos mais antigos conhecidos aconteceram em 2015, com o arrendamento de uma habitação para a passagem de ano. Um grupo de amigas fez uma transferência de 190 euros para o suspeito, no dia 20 de outubro de 2015, e depois nunca mais o conseguiu contactar.


Na mesma altura, um jovem de Porto de Mós, responsável pelo arrendamento de uma residência com piscina na Pederneira (Nazaré), para um grupo de 18 amigos comemorar a passagem de ano, pagou o sinal para garantir o arrendamento da casa que, afinal, era habitada por uma senhora.
As burlas sucedem-se nos anos seguintes, com algumas variantes, mas sempre com o objetivo final de ficar com as rendas ou sinais pagos antecipadamente pelos lesados. “Eu fui burlado por um suposto João Pedro Almeida, reservei uma casa em Olhos de Água (Algarve) e paguei o sinal por pagamento de serviço - ele envia uma entidade e uma referência - e as casas não existem”, relata um dos lesados mais recentes, no final de março.
A dimensão das burlas atribuídas a Sérgio Silva e Tânia Tomé (suspeitos de usarem outros nomes, como Catarina Leal, Ângela, Lia Moreira, Rita Almeida, Pedro Martins ou João Pedro Almeida) é difícil de contabilizar quanto ao número de pessoas lesadas e valor total do dinheiro conseguido ilicitamente. Mas os relatos são inúmeros.
Um levantamento efetuado pelo Jornal da Batalha permitiu identificar 12 casos de burla, em que os lesados perderam entre 100 e 2.000 euros, e 25 situações em que afirmam ter apresentado, ou irem apresentar, queixa às autoridades policiais (GNR, PSP e PJ). Mas, só um dos casais lesados, que tem um processo em tribunal contra os suspeitos, afirma ter conhecimento de “13 burlas desde dezembro passado”.
As autoridades policiais conseguiram ligar o suspeito às burlas porque os lesados transferiam o dinheiro para as suas contas bancárias e através dos números de ID (IDentificação do acesso) das redes de Wi-Fi dos locais públicos que utilizam e cujos verdadeiros proprietários são testemunhas em processos em curso.
O suspeito Sérgio Silva foi julgado em pelo menos dois processos - absolvido num e condenado noutro a uma pena suspensa e a restituir o dinheiro ao lesado – e novos julgamentos estarão marcados para breve em diferentes comarcas do país.
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