Francisco Oliveira Simões

Crónicas do Passado

Bruno Aleixo despreza Rami Malek

Tivemos o privilégio de receber o famoso empresário e pensador Bruno Aleixo, que decidiu magnanimamente conceder-nos um pouco do seu precioso tempo para uma amena conversa. Nos dias de hoje, a sua imagem está em todo o lado. Tem três programas de rádio, sobre atualidade, história e trivialidades. Protagoniza uma rubrica online de futebol com o seu amigo Homem do Bussaco, intitulada “Betaites”. O filme biográfico, influenciado na vida deste grande português, será estreado em janeiro do próximo ano. Tem um vasto leque de programas de televisão de sucesso, sempre com um toque de humor requintado, sem esquecer as suas considerações impactantes, que impressionam e dividem a sociedade. Tem amigos que se distinguem em várias áreas do saber, como são exemplos Renato Alexandre, um jovem DJ e comediante em ascensão, e Busto, o eterno intelectual e defensor da cultura, entre outros.

Há dois ajudantes que costumam ser esquecidos, João Moreira e Pedro Santo, uma dupla revolucionária no humor português. A quantidade de personagens cómicas e referencias que estabeleceram na comédia, ao longo de onze anos, destaca-se de tudo o que já foi feito. O maior trunfo são os temas comezinhos e a visão mais terra-a-terra das suas criações. Mantinham o podcast Bingo, programa onde sorteavam temáticas e entrevistavam amigos. Ainda vamos ouvir falar muito mais deles.

Bruno Aleixo já visitou por diversas vezes a Batalha, chegando mesmo a gravar um dos episódios de “Aleixo Turista” no mosteiro. A sua cultura e inteligência estão bem patentes na nossa conversa. A sua paixão pela literatura, música e gastronomia são algo intrínseco a este vulto da nossa sociedade.

 

Após concluir a licenciatura em direito nunca pensou em seguir a carreira de advogado?

Quem é que te diz a ti que não segui? E que uso um pseudónimo para exercer advocacia? Lutando pelos direitos daqueles que não têm capacidade financeira para arranjar um advogado de jeito? Sabes lá tu quantas profissões nobres tenho eu sob pseudónimo... estás a ser um jornalista. Autenticamente.

Sei que é um excelente gestor imobiliário, principalmente na cidade de Coimbra. O que me tem a dizer sobre o aumento avassalador das rendas nas casas de Lisboa?

Sobre as rendas em Lisboa? Nada. A mim que me importa. Lá é sempre tudo pior e mais caro. Parece-me coerente. Aliás, louve-se a coerência desse inferno que é Lisboa: é tudo uma cruz.

Todos temos noção da sua queda inegável para os negócios. Que projetos inovadores está a desenvolver com a Mister Cimba?

Estamos a desenvolver um programa de computador que gera respostas aleatórias, mas que pareçam reais. Vou usar a versão beta na tua próxima pergunta e tudo, para tu veres.

Apreciei bastante a sua participação no último álbum d´Os Capitães da Areia, ao cantar a faixa “Canção Indigestão”. O que nos pode contar sobre a participação nesse disco tão emblemático no panorama nacional? Espera no futuro explorar mais essa vertente artística, como cantor de ópera, por exemplo?

Obrigado por me ter colocado essa questão, que é muito pertinente. Contudo, neste momento, não lhe posso adiantar muito mais, visto ter de respeitar um acordo de confidencialidade que assinei com uma famosa marca relacionada com essa área de que me fala nesta questão.

A sua versão do “Bohemian Rhapsody” é admirada por todos. Acha que a interpretação de Rami Malek desse tema pode suplantá-lo?

Naturalmente que não sei quem é esse. Mas tudo indica que não, não suplante.

Li com muito gosto o seu livro gastronómico, “50 Pratos”, que mudou a nossa perceção sobre a cozinha portuguesa. Sendo um bom garfo, que restaurante e pastelaria recomenda na região da Batalha?

Já comi bem na Batalha, mas não quero ferir suscetibilidades. Além disso, se eu disser onde foi, fica o sítio cheio de turistas burros velhos e depois eu é que não arranjo mesa. É melhor não arriscar.

Como escritor, que autor literário mais o influenciou nas suas criações?

Vivos? Ninguém. Mortos: Aquilino Ribeiro em Portugal e Guimarães Rosa no Brasil.

Como sou alguém que trabalha com o passado, vejo com muito interesse a nova série da “Aleixopédia” dedicada a história. O que de diferente nos pode oferecer o seu programa?

Uma visão isenta e clarividente sobre factos históricos. Em vez do que é costume, em que só se promovem feiras medievais e castelos. Tudo publicidade encapotada paga pelas autarquias, hã?

Já assisti ao primeiro episódio do seu novo formato, “Aleixo Amigo”, que promete revolucionar a rádio portuguesa. Acha que pode mudar a vida das pessoas através dos seus conselhos?

Acho que posso tornar a vida das pessoas um bocadinho menos porcaria. Que eu também não faço milagres. E se fizesse também não ia gastá-los a ajudar camelos que pedem ajuda para saber se o arroz de pato leva queijo ou não.

O que nos pode adiantar sobre o filme biográfico sobre a sua pessoa, que sairá em janeiro do próximo ano? Tem influências de Hitchcock ou de Tarkovsky? E já agora acha que me pode facultar uns bilhetes para a antestreia?

Posso adiantar que será só mais ou menos semi-biográfico. E que terá zero influência dessas pessoas. E, sim, posso facultar-te dois bilhetes se me facultares 20 euros. O bilhete até vai ser mais barato do que isso, mas é para aprenderes a ter vergonha nessa cara.

Muito obrigado pelo seu tempo e espero encontrá-lo de novo para tomarmos um café no Aires.


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