Bombeiros com saldo positivo apesar dos fogos
“Os terríveis incêndios que assolaram o país e o concelho” marcaram muito pela negativa o ano passado e afetaram o saldo das contas da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha (AHBVB), como explicou o presidente, Jorge Novo, no âmbito das aprovação do relatório e contas de 2017 e apresentação do orçamento e plano de atividades para o corrente ano.
As contas apresentam um saldo positivo na ordem dos 675 euros, um resultado inferior ao apresentado no ano anterior (16.844 em 2016), porque “2017 foi extremamente devastador no âmbito de incêndios florestais em Portugal” e a AHBVB, em resultado da sua intervenção no combate, “sofreu elevados prejuízos materiais, originando elevados gastos em reparação de viaturas, em combustíveis e na aquisição de novos equipamentos”, explica Jorge Novo. Apesar de ter sido ressarcida de uma grande parte das despesas, encontram-se ainda por receber comparticipações.
Para além dos fogos, “verificou-se um aumento de gastos com o pessoal, em remunerações e encargos para a segurança social, e também em gastos com formações e fardamentos”.
A descida nas receitas provenientes dos serviços de transporte de doentes e o “aumento necessário” em gastos operacionais, foi, de certa forma, compensada pelo aumento nos donativos atribuídos à associação e pelas receitas provenientes da organização de eventos, levando, apesar de tudo, a que terminasse o ano com um resultado positivo.
O presidente da assembleia geral da AHBVB, António Lucas, referindo-se ao “ano trágico de incêndios”, realça “o espírito de solidariedade dos bombeiros de todas as corporações a nível nacional que se mobilizaram para apoiar os concelhos mais afetados por este flagelo”.
Por outro lado, referiu que “o governo tem investido milhões de euros no combate aos incêndios e muito pouco na prevenção”. Na sua opinião, “o importante é investir na prevenção através da criação das ZIF — Zonas de Intervenção Florestal de forma a ordenar o território, criando condições que evitem o abandono generalizado” das áreas rurais, com “novos modelos de gestão do território agrícola e florestal, que vão ao encontro dos interesses dos proprietários florestais em geral, permitindo que se torne sustentável”
Na perspetiva do presidente da AHBVB, “mais uma vez o corpo de bombeiros da Batalha esteve à altura das exigências e eficácia, no concelho e nos locais onde foi chamado a intervir”. Na sua opinião, em termos gerais, “o trabalho realizado e o investimento feito ao longo do ano foi francamente positivo”.
As rubricas de despesas mantiveram-se com a exceção das despesas com assalariados, que aumentaram devido à subida do salário mínimo e ao número de contratados, que a associação considera ser “o mínimo adequado para a população servida e para área geográfica abrangida”.
No fim do ano “tinha as contas a fornecedores em dia, manteve as aplicações financeiras que vinham de anos anteriores e tinha um saldo positivo nas contas à ordem considerável”.
Caixa ou registo
Receita de um milhão
para despesa de 768 mil
A AHBVB dispõe este ano de um orçamento que prevê uma receita ligeiramente superior a um milhão de euros e uma despesa a rondar os 768 mil euros. As receitas correntes ascendem a 693 mil euros, as de capital totalizam 43 mil euros e existe uma reserva financeira (depósito a prazo) no valor de 275 mil euros. As despesas correntes ascendem a 568 mil euros e as de capital totalizam 199 mil euros.
A vice-presidente da assembleia geral, Helena Vicente, destaca o investimento substancial feito na aquisição de viaturas, designadamente no veículo florestal de combate a incêndios (VFCI), “no valor estimado de 140 mil euros”, e realça o apoio da câmara municipal para este ano, estimado em 240 mil euros (“o dobro do apoio cedido em 2017”), assim como a cedência do edifício onde funcionou a Escola Primária dos Pinheiros, permitindo à associação dispor de mais recursos para realizar atividades de formação.
Helena Vicente salientou ainda que a formação contínua é essencial para a preparação de todos os bombeiros e “saúda as iniciativas que a associação está e pretende desenvolver, nomeadamente a realização de cursos e outras atividades que possam trazer as pessoas à associação, criando um maior laço de proximidade entre a população e o corpo de bombeiros”.
Quanto à Loja Social da Batalha, prevê-se a realização este ano de diversas atividades que têm como objetivo a angariação de bens e de fundos para distribuição às pessoas mais carenciadas. “É uma vertente importante da associação, pelo que é de realçar a colaboração e trabalho de todas as voluntárias e das suas coordenadoras, permitindo a intervenção em colaboração com o município em situações de vulnerabilidade social”, lê-se num dos documentos.
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