Núcleo de Combatentes da Batalha

Notícias dos Combatentes

A Batalha nos 30 anos de existência do “JB”

A propósito do 30º aniversário do “Jornal da Batalha” e para comemorar a efeméride, desafiou-nos o seu Diretor, Dr. Carlos Ferreira, a escrevermos o nosso habitual artigo com base no que de bom e/ou menos bom ocorreu na vila nestes últimos 30 anos, segundo a nossa perspetiva.

Fá-lo-emos com gosto mas, antes de darmos início à crónica, seja-nos permitido parabenizar o Jornal da Batalha, nas pessoas do seu Diretor e de todos os seus obreiros, que têm de manter uma luta contínua para que a sua periodicidade se mantenha, o que sabemos não ser coisa fácil para a imprensa escrita, em especial a regional, como é o caso, e em particular nos tempos pandémicos que estamos a viver.

E agora vamos ao que se nos oferece dizer sobre estas últimas três décadas de vida da nossa vila de Stª Maria da Vitória ou seja desde 1990.

Salvo erro involuntário da nossa parte, há 30 anos era presidente do município Raul Miguel de Castro que, nas eleições autárquicas do ano anterior, destronara Francisco Coutinho, que vinha presidindo ao município desde a restauração da democracia em Portugal (1974).

Mais ou menos cimentado tal modelo de governança, Raúl Castro deu um visível impulso ao desenvolvimento da vila, tal como ocorreu com os seus dois sucessores: António Lucas, de 1997 a 2013 e, desde esta data até ao presente, Paulo Batista dos Santos.

Tanto quanto conseguimos precisar foi, sucessivamente, com estes três timoneiros que se verificou uma significativa massificação na construção de recintos desportivos, inclusive cobertos, por todo o concelho; erigiu-se o atual Centro de Saúde da Batalha; fez-se a remodelação de todo o parque escolar concelhio; construiu-se o quartel dos bombeiros; as piscinas municipais, posteriormente enquadradas num complexo desportivo que conta também com vários courts de ténis e dois campos de futebol; a ampliação ou remodelação da generalidade dos cemitérios do município; o Centro de Saúde de São Mamede, os novos paços do concelho de vila e o auditório nunicipal; o complexo da Casa do Povo e Junta de Freguesia de São Mamede; o pavilhão multiusos; os pavilhões desportivos da Quinta do Sobrado e da Golpilheira; isto para referirmos apenas aquelas que se nos afiguram ser as mais significativas infraestruturas públicas, que muito têm contribuído para facilitar e aumentar a qualidade de vida das populações concelhias e até de quem nos visita.

Mas como as necessidades de hoje já não são as de amanhã; aquilo que se planeou ontem tanto pode vir a revelar-se exagerado como exíguo ou insuficiente; tal significa que quem planeia e decide nem sempre acerta, mas também só não erra quem nada faz.

Quanto a nós, cabem nestas observações, desde logo, por excesso, os demasiado recintos desportivos construídos pelo concelho, pois hoje é capaz de haver uma boa meia dúzia deles subaproveitados, se não mesmo ao abandono; isto em contraponto com pelo menos duas infra-estruturas existentes na vila que já se revelaram exíguas: os próprios paços do concelho que, todavia, a atual vereação já corrigiu, ampliando-os (parabéns!); enquanto o segudo caso é o auditório municipal, cujo palco é manifestamente exíguo para, por exemplo, concertos musicais com grandes orquestras ou outros eventos lúdicos com um número de protagonistas afins.

Ora, a Batalha há muito que está no mapa e as suas gentes também merecem usufruir destas maravilhas culturais e é uma pena que assim não possa ser, pois se, no verão, ainda é possível arriscar fazer espetáculos desta dimensão ao ar livre, no inverno isso é impossível. Claro que há sempre a possibilidade de se recorrer à igreja do mosteiro, mas apenas no que se refere a concertos musicais e em que a acústica não é a ideal; onde a plateia é desconfortável e o reportório dos concertos tem de ser sempre limitado, por se estar num local de culto religioso.

Provavelmente os nossos autarcas já terão pensado nisso e, mais tarde ou mais cedo, irão também corrigir esta lacuna, e ainda suprir uma(s) última(s): para quando uma verdadeira galeria de exposições na Batalha e/ou um genuíno pavilhão multiusos, digno desse nome?

Todos sabemos que o dinheiro não cai do céu; “Roma e Pavia não se fizeram num dia” e, para mais, agora temos a pisar-nos os “calos” uma mortal pandemia. Mas também costuma ser em tempos de crise que os verdadeiros líderes sobressaem.

Em frente, senhores autarcas batalhenses!


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