Célia Ferreira

AMHO A Minha Horta

Bardana: planta medicinal contra o míldio

O mês de junho trouxe-nos finalmente a primavera e, nesta altura, a natureza está ainda mais exuberante e cheia de vida, observêmo-la e contemplêmo-la, que nela residem muitos ensinamentos.

No meu quintal, nas zonas onde as ervas crescem livremente proliferam os pirilampos e os grilos. À noite costumo ficar uns momentos na varanda a contemplar a melodia dos pirilampos, o coaxar das rãs, e é tão bom! Simples, magnifico e revigorante.

Uma das preocupações da época é o míldio, que pode aparecer nos tomateiros e nos batatais. Existe selvagem nalguns locais por aqui uma planta que se dá bem em terrenos mais calcados e pedregosos, de seu nome bardana (Arctium Lappa) - é uma planta medicinal da qual se aproveita tudo, da raiz às folhas, mas que deve ser usada com alguns cuidados.

Na horta funciona muito bem como preventivo e curativo do míldio. Muito simples de preparar, basta colher folhas de um ano da planta, colocar em água, numa vasilha de plástico, e deixar a macerar por 5-6 dias, coar e pulverizar as plantas com esse preparado diluído em dois por 10, como preventivo, e quatro por 10 como curativo. Este preparado pode ser guardado em local escuro por seis meses. Como solução mais acessível, pode também pulverizar-se com leite diluído em água. Todos estes preparados devem de ser aplicados ao final do dia, para evitar o efeito do calor intenso do sol, que pode alterar a sua eficácia.

Voltando ao tema das consociações, uma das que produz resultados comprovados na horta é colocar manjericão ou manjerico próximo dos tomateiros, faz com que produzam mais frutos e com melhor sabor. Fazem também excelente companhia na panela e no prato, na próxima salada de tomate, experimente adicionar folhas de manjericão ou manjerico (que também é comestível). No tacho sempre que uso tomate adiciono o manjericão (seco ou fresco). O manjericão tem ainda a capacidade de potenciar a boa disposição, que é sempre tão desejada.

Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre: Abóboras, acelgas, agriões, aipo, alfaces, alho francês, batata doce, beringelas, beterrabas, beldroegas, Beterrabas, broculos, cebolinha francesa, cenouras, coentros, couves-flôr, couves-repolho, couve-rábano, courgetes, endivias, espinafres, feijões diversos, malaguetas, melancias, meloas, melões, milho, nabos, Pepinos, pimentos, physalis, salsa, tomates, rabanetes, rúcula.

Jardim, semear e/ou plantar: begónias, calendualas, gipsofilas, goivos, miosótis, prímulas.

Semeia e cria e viverás com alegria!

 

Na horta aprendemos a semear, cuidar, esperar para colher.

 


NESTA SECÇÃO

“A Quaresma do deserto não é negação da autoestima”

(…) A nossa Quaresma recorda, não apenas a história de Israel, mas também a história pessoal...

Nª Srª das Candeias e a tradição dos fritos na Freguesia de São Mamede

Diz a tradição popular portuguesa que a 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias, s...

Duarte Costa, um mestre da guitarra quase esquecido

Acontece que no domínio das artes, seja na literatura, na pintura, na escultura ou na música...