Francisco Oliveira Simões (Historiador)
Crónicas do passado
A Babilónia
No início do segundo milénio antes de Cristo, a Babilónia assistiu à chegada dos semitas ocidentais, os amorreus, que se fixaram nas margens do rio Eufrates, a vinte quilómetros de Kish. Cidade tão falada na Epopeia de Gilgamesh, devido a ser o Reino do seu rival Aga. O deus da cidade passa a ser Marduk, mas continuaram-se a respeitar os antigos deuses sumérios. A Cidade era rica na agricultura, por esta razão tinha um sistema complexo de redes de canais, a água prevalecia. Tinha falta de madeira, pedra e outros recursos minerais, razão que poderá ter sido favorável à busca de territórios mais ricos. Como Elam que dispunha de: prata; ouro; cobre; e estanho em abundância.
Os semitas conquistaram a Cidade denominada de Babilla, que desde logo rebatizaram de Bábilim, ou seja “Porta de Deus”. As muralhas continham oito portas, com decorações majestosas. Centrava-se ao pé do rio Eufrates. A Cidade chegou a ter cinquenta torres e mil templos. O templo dedicado a Marduk, o Zigurate, tinha a altura de noventa metros. A muralha alcançou entre oitenta a cento e vinte metros de altura no reinado de Naboconodosor II, no século VII a. C. A Babilónia é o maior exemplo para definir a cidade suméria. A muralha é mitificada por vários cronistas. Heródoto deu as seguintes dimensões: oitenta quilómetros de perímetro; cento e vinte metros de altura; e com cem portas de bronze. Esta muralha principal era cercada por um fosso onde corria o rio Eufrates.
O primeiro Xeque chamava-se Sumuabum, conquistou as cidades de Kazallu e de Dilbat e fortificou a Cidade de Babel. Mas Babel só se consolidou definitivamente no reinado do seu sucessor Sumulailu, através das vitórias contra os seus vizinhos, possíveis ameaças. Terminou a construção da muralha, o “grande muro”.


O seu filho Sabum construiu o grandioso templo de Babel, dedicado a Marduk. Awilsin e Simmuballit, seu filho e neto, respetivamente, prolongaram o trabalho da família e consolidaram a força da Cidade, até nascer Hammurabi, que alcançou o apogeu da Cidade de Babel, desejado pelo primeiro Xeque amorrita.
Hammurabi era filho de Simmuballit, subiu ao trono no ano de 1792 a. C. As suas primeiras conquistas centraram-se nos anos de 1782 a. C e 1781 a. C. Como nos delegam as conquistas da Cidade de Malgum, na região do rio Tigre, no ano seguinte toma as cidades de Rapiqum e Salihi no rio Eufrates. Criou o Código de Hammurabi, ao qual Jean Bottéro batizou, “Tratado cientifico da arte de julgar“. O título dado a Hammurabi e aos reis da época era “grande príncipe“ ou “mensageiro supremo“.
Para além de um estratega e guerreiro ímpar, Hammurabi era um exímio administrador. Conservou os canais do curso do rio Eufrates e tomou medidas de avanço agrícola e comercial.
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