Autarquia quer liderar comunidade de energia na Jardoeira
O Município da Batalha quer liderar a constituição de uma Comunidade de Energia Renovável (CER) a instalar no Parque Industrial da Jardoeira e já estão a decorrer encontros preparatórios com empresas interessadas em participar no projeto.
A revelação foi feita pelo vice-presidente da autarquia, Carlos Agostinho, durante um debate sobre as CER, organizado pelo jornal REGIÃO DE LEIRIA, Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e Associação Empresarial da Região de Leiria, que no dia 25 de março reuniu especialistas que analisaram o sector e apresentaram projetos em curso.
“Estamos a dar os primeiros passos na constituição de uma CER, no Parque Industrial da Jardoeira, onde há empresas que trabalham intensivamente em função da energia, como as faianças e outras indústrias, inclusive de moldes”, explicou Carlos Agostinho.
O autarca apontou o aumento dos custos da energia (gás natural e eletricidade) como “um problema grave, porque muitas faturas das empresas cresceram quatro ou cinco vezes, criando insustentabilidade e inviabilidade económica”.
O município reuniu com empresários e outros interessados a 23 de março e “há um elevado nível de adesão”, sendo “intenção do município liderar o processo e constituir uma associação de direito privado”. “Vamos avaliar também a questão dos investimentos, mas temos a intenção de ir ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) buscar fundos para promover os primeiros investimentos”, referiu Carlos Agostinho.
O investimento será “100% municipal, por via dos fundos comunitários, no âmbito do PRR, porque se não for assim a autarquia não tem capacidade” para financiar o projeto, adiantou o vice-presidente do município, que “necessita do apoio das entidades reguladoras no sentido de agilizar o processo, que não pode ser complexo ou criar constrangimentos aos investimentos já feitos pelos empresários”.
Numa nota sobre o encontro na Batalha, o município refere “este projeto reveste-se de fundamental importância para o tecido económico e demais instituições do concelho, face ao atual contexto de agravamento generalizado dos custos energéticos”, adiantando que a CER será constituída com “base numa adesão aberta e voluntária de pessoas singulares ou coletivas”.
O autoconsumo de eletricidade em Portugal triplicou em dois anos e a tendência de crescimento mantém-se, apesar das dificuldades técnicas e jurídicas resultantes de uma atividade recente, como foi explicado em Leiria durante a “Conferência Comunidades de Energia Renovável/Desafios para produção energética local através de CER”.
O assessor do conselho de administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Paulo Oliveira, revelou que o “número de autoconsumidores tem multiplicado a cada quase três trimestres: havia 20 mil instalações em 2020 e neste momento há 70 mil”.
Segundo o responsável da ERSE, “o número de autoconsumidores - produzem, consomem e introduzem na rede a energia excedente – é um enorme sucesso. A preocupação com a energia atraiu as empresas, em particular a indústria e serviços, e hoje 10% dos clientes de média tensão são já autoconsumidores”.
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