A Opinião de António Lucas
Ex-presidente da Câmara Municipal da Batalha
Aproxima-se o verão
Aproxima-se mais um verão e os receios da seca já começaram, com fundamento, atendendo ao nível de pluviosidade verificado nos períodos normais, nomeadamente o outono e inverno.
A poupança de água deverá ser uma preocupação constante de todos, com especial ênfase em situações de seca e de seca prolongada, como será o caso presente atendendo aos anteriores anos de seca, sem a correspondente recarga dos aquíferos de subsolo.
Olha-se quase exclusivamente para o nível das barragens e muitas vezes esquecemos que muitos concelhos do país ainda abastecem as suas populações através de captações no subsolo, como acontece parcialmente com a Batalha e com muitos outros.
A poupança dos consumidores ajuda, mas não chega. É fundamental que se rejuvenesçam as condutas e redes mais antigas, de forma a evitar perdas nas tubagens. São investimentos cujo resultado não se vê a olho nu, que chateiam as pessoas pelos constrangimentos que causam, pó no verão, lama no inverno, dificuldades à circulação, mas fundamentais para a comunidade. Existem redes com 50, 60 e 70 anos que estão a atingir o limite de funcionamento, potenciando perdas de água significativas, redução da qualidade do serviço e que a qualquer momento podem entrar em colapso. Assim sendo, estes investimentos municipais são urgentes e fundamentais para os cidadãos.
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A par do problema anterior junta-se outro não menos grave, concretamente a ligação das épocas secas com a potenciação dos incêndios florestais. As massas combustíveis encontram-se menos húmidas, potenciando a existência de incêndios florestais. Este tema tem sido muito falado e debatido, mas francamente no terreno pouco se vê, nomeadamente no que à gestão florestal diz respeito.
É claro que a gestão das faixas de proteção às estradas e aos aglomerados urbanos são importantes, mas não é por aí que se protege a floresta. Minimiza-se o potencial de incêndio em relação às habitações, sem duvida, mas não se resolve o problema do valor económico da floresta, nem tão pouco o problema ambiental do fogo. Para quando medidas efetivas de prevenção dos fogos florestais? Medidas estruturais? E não apenas conjunturais, como temos visto. Cada ano que passa se constata que mais dinheiro publico é atirado para cima do fogo. Porque é que parte deste dinheiro não é dedicado anualmente ao ordenamento e à gestão florestal? Porque é que o poder central e o local não potenciam o avanço da constituição das célebres ZIF – zonas de intervenção florestal? São condomínios florestais, com a floresta ordenada e gerida por profissionais, rentável e muito menos suscetível de sofrer incêndios. De que é que se está à espera?
A solução existe, o dinheiro a olhar para o que gasta com o fogo, também. Então estamos à espera de quê? Ordenando e gerindo convenientemente a floresta, daqui a uma ou duas décadas, não seria necessário gastar dinheiro com os fogos, porque seriam praticamente inexistentes ou muito pontuais. Poupava o país, poupava-se o ambiente e certamente não teríamos mais episódios como os vividos em 2017 e que a continuarmos assim, infelizmente poderão repetir-se.
Torno a falar neste tema porque convictamente penso ser esta a solução e existem condições para a sua implementação.
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