Núcleo de Combatentes da Batalha

Notícias dos Combatentes

As alterações climáticas e a realidade dos tempos atuais

Datam dos últimos 30 anos do século XIX as primeiras acções concretas para preservar o meio ambiente, através de dois movimentos, nascidos nos Estados Unidos da América: os seus mentores e defensores eram os preservacionistas e os conservacionistas. Os primeiros defendiam a preservação da natureza, independentemente do seu valor económico ou utilitário e foi este movimento que esteve na origem da criação/preservação dos parques nacionais, de que será expressão máxima no nosso país o parque nacional da Peneda-Gerês. Quanto ao conservacionismo, tem em vista a proteção da natureza, através do uso racional dos seus recursos.

Nos dias de hoje já não há, propriamente, movimentos diferenciados, tal o grau de exploração e degradação a que sujeitamos a natureza e, um pouco por toda a parte, há grandes pressões da sociedade sobre os governos, para que estes tomem medidas rápidas e mesmo drásticas, sob pena de, dentro de escassas décadas, tornarmos o nosso planeta inabitável para as gerações vindouras.

Muitos desses movimentos de pressão são compostos por jovens, sempre voluntariosos e generosos nas causas em quem se metem mas, não raro, sem terem bem a noção de que, ainda que incoluntariamente, vão fazendo o contrário do que defendem.

Repare-se nestes exemplos, apontados por um jornalista australiano, como resposta à intenção de alguns estudantes do seu país fazerem uma “greve pelo clima”.

- “Jovens, vocês são a 1º geração que possui um aparelho de ar condicionado em cada sala de aula, os vossos deveres são todos feitos em computadores, vocês têm um televisor em cada sala, passam os vossos dias a usar aparelhos eletrónicos… em vez de irem a pé para a escola vocês utilizam uma frota de meios motorizados de transporte, que entopem as vias públicas.

Vocês são os maiores consumidores de bens de consumo de toda a História, comprando compulsivamente as roupas mais caras, para serem “trendy” (estar na moda).

O vosso protesto é divulgado através dos meios digitais e eletrónicos.

Por isso, antes de protestarem, desliguem os vossos ares condicionados, vão a pé para a escola, desliguem os vossos telemóveis e leiam um livro; façam vocês mesmos uma sanduiche em vez de comprarem comida enlatada.

Mas, como é óbvio, não farão nada disso, porque vocês são egoístas, mal-educados, manipulados pelas pessoas que os usam, proclamando ter uma causa nobre, enquanto se refastelam no luxo ocidental mais desenfreado.

Acordem, amadureçam e fechem a boca. Informem-se dos factos antes de protestar”

Ressalvando algum exagero nas invetivas finais do jornalista, a verdade é que as nossas crianças aprendem ótimos conceitos e dão contínuas lições ambientais aos adultos, enquanto alunos do ensino básico. Porém, parece que ao atingirem a puberdade, mais ou menos coincidente com o acesso ao ensino secundário e depois ao universitário, muitos deles como que esquecem completamente o que antes aprenderam e é vê-los a cometer verdadeiros atentados ambientais.

Na rua onde reside um dos responsáveis por este artigo, moram também umas largas dezenas de estudantes, que frequentam o Politécnico de Leiria. A rua não terá mais de cem metros de comprimento, mas dispõe de três contentores para resíduos domésticos e, num dos extremos, tem 3 “ecopontos”, para papel, vidro e plástico, respetivamente.

Para além desta juventude regressar aos quartos, noite após noite, entre as 2 e as 5 horas da madrugada, vinda dos bares do centro da cidade, em alta cantoria e berraria, onde abunda linguagem soez, demonstrando total desrespeito por quem precisa de descansar de noite, acresce que também não tem qualquer preocupação com a separação dos lixos, vazando estes no contentor que lhe estiver mais próximo, normalmente o do lixo doméstico, seja cartão, vidro ou plástico, isto quando tais resíduos não são deixados pelo chão, em especial quando do regresso dos bares.

Quem é que consegue justificar ou apenas compreender estas autênticas metarmorfoses, nas mentes desta juventude, ocorridas em tão curto espeço de tempo?! E, se for preciso, no dia seguinte a uma noitada de borga e desvarios daquele quilate, aí estão eles a faltar às aulas para, munidos de um qualquer cartaz, irem engrossar uma “greve pelo clima”…


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