Município da Batalha - Museu da Comunidade Concelhia da Batalha
Espaço do Museu
500 anos da Morte de D. Manuel I, o rei que elevou Batalha a Vila
D. Manuel I, nono filho de D. Beatriz e D. Fernando, nasceu a 31 de janeiro de 1469, em Alcochete
Nomeado por D. João II, seu cunhado, D. Manuel tornou-se o quinto rei da dinastia de Avis e o décimo quarto rei de Portugal. Venturoso de cognome, o epíteto foi-lhe atribuído pelo legado deixado pelo seu antecessor, ditando-lhe grandes feitos e o reconhecimento como um dos reis com maior poder na Europa. O seu carácter determinado foi prepoderante para prosseguir a herança deixada por D. João II.
Casou em 1497 com D. Isabel, filha dos reis católicos, com a estratégia de alcançar a união das coroas e criar novas relações internacionais. Um ano depois, D. Isabel faleceu ao dar a luz. No mesmo ano, D. Manuel I casou com a irmã da sua falecida esposa, D. Maria, de quem teve dez filhos (oito sobreviventes). Do matrimónio nasceu o herdeiro do trono: D. João III. Casou ainda uma terceira vez, em 1417, com D. Leonor, irmã do imperador Carlos V.
Os seus 14 anos de reinado foram marcados por grandes navegações, descobertas e o acesso a novas riquezas. A descoberta marítima da Índia e o alcance ao continente americano (Canadá e Brasil) são disso exemplo.
D. Manuel I utilizou como divisas a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo (de que era governador), atributos bem marcados, não só a nível nacional, como nos territórios conquistados. A utilização da esfera em todas as obras ligadas ao rei tornou-se num símbolo de grande notoriedade que perdurou ao longo da História.
O monarca ordenou ainda a revisão das leis do reino e a sua compilação nas “Ordenações Manuelinas”, obra legislativa de grande importância na administração e afirmação do reino.
De destacar a importância deste rei na criação de vilas e de cidades portuguesas, entre as quais a Batalha, que foi elevada a Vila e Concelho a 18 de Março de 1500.
Com interesse pelas artes e muito devoto, D. Manuel I investiu grande parte da sua fortuna na construção de igrejas e mosteiros. Na afirmação do seu poder e na perpetuação da sua imagem, ditou a criação do Manuelino - um estilo artístico próprio, inspirado nas viagens marítimas, nas trocas comerciais e nos símbolos da Coroa. A decoração do Claustro Real e Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha, bem como o portal da Igreja Matriz da Batalha são magníficos exemplares deste estilo tardo-gótico.
D. Manuel I morreu a 13 de dezembro de 1521, vítima de peste. Após a morte, o seu corpo foi colocado num ataúde de madeira e carregado pelos elementos da alta nobreza e clero presentes no Palácio da Ribeira e foi depois levado em procissão para Belém acompanhado por uma multidão de populares.
O monarca foi primeiramente sepultado em campa rasa na Igreja Velha do Restelo (a Igreja do Mosteiro dos Jerónimos ainda se encontrava em construção). O funeral realizou-se na Sé de Lisboa, seguido da cerimónia da quebra dos escudos reais – tradição associada aos funerais monárquicos. Trinta anos após a sua morte, o corpo de D. Manuel I foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos onde jaz num túmulo sobre elefantes esculpidos em mármore.
O MCCB assinala os 500 anos da morte deste rei com diversas iniciativas que celebram a sua vida e obra e sua ligação com a Batalha. Consulte a nossa programação através da nossa página de internet (museubatalha.com) e das nossas redes sociais. Esperamos por si.
Fontes:
Garcia, J. (2009). D. Manuel I - O Venturoso – Dinastia de Avis: 1495-1521. Lisboa: Academia Portuguesa da História
Carvalho, S. (2011). O Caminho dos reis de Portugal – A História e as histórias dos nossos reis e rainhas (2ª ed.). Lisboa: Planeta
www.mosteirodabatalha.gov.pt
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