Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

Espaço do Museu

478 anos da morte do Infante João

O Infante D. João nasceu a 13 de janeiro de 1400, em Santarém, sendo o sétimo filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Casou-se com D. Isabel, sua sobrinha, e neta de D. Nuno Álvares Pereira. Deste matrimónio descendem D. Diogo (seu sucessor nos bens e dignidades, tendo lhe sido atribuída a responsabilidade de quarto condestável do reino), D. Isabel (segunda mulher de D. João II e mãe de Isabel, a Católica, rainha de Castela e Leão), D. Brites ou Beatriz (mãe do futuro rei D. Manuel I e da rainha D. Leonor) e D. Filipa, solteira, que se tornou senhora de Almada.

Nomeado primeiro Senhor de Reguengos, Colares e Belas, o Infante D. João era um homem culto e fiel aos seus ideais, tendo-lhe sido atribuída a função de administrador da Ordem de Santiago quando completou 18 anos. Tornou-se, assim, o décimo Mestre desta Ordem com origens castelhano-leonesas do século XII, fundada com a perspetiva de proteger os peregrinos dos Caminhos de Santiago e no combate dos invasores muçulmanos em território Ibérico.

Reconhecido pela sua cautelosa posição quanto às vantagens para as conquistas marroquinas que terão vitimado o seu irmão, o Infante Fernando, D. João foi também um dos grandes defensores da entrega de Ceuta, nas cortes de Leiria em 1438, para a libertação do Infante capturado.

Após a morte de Nuno Álvares Pereira, o Infante foi escolhido para ser o 3.º condestável de Portugal, assumindo as responsabilidades dos militares na ausência do rei, mantendo a disciplina do exército. Tendo em conta o seu cargo, o Infante foi chamado para tranquilizar a contestação da população aquando o início do reinado do seu sobrinho Afonso V.

Sendo o príncipe herdeiro menor de idade, ficou protocolada, nas Cortes de Torres Novas de 1438, a entrega da regência do reino a D. Leonor de Aragão a par com o Infante D. Pedro. Porém, a população preocupada com a proximidade entre a rainha-mãe e o país vizinho, terá reagido tumultuosamente, o que levou o Infante D. João a incentivar o seu irmão D. Pedro a assumir o trono individualmente.

D. João morreu em Alcácer do Sal a 18 de outubro de 1442 e encontra-se sepultado na Capela do Fundador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória. O seu túmulo apresenta a sua divisa J’ai bien raison que significa “tenho razão” e os três brasões o identificam como Infante: o brasão com a Espada de Santiago, o seu brasão de família conjunto com a sua esposa D. Isabel, e o Brasão da Ordem de Avis. Em redor das insígnias encontram-se ramos de morangueiros e pequenas bolsas com três vieiras, ainda hoje recriadas pelos peregrinos de Santiago.

Não deixe de visitar a Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha para ver ou rever o túmulo deste Infante. Convidamos ainda a visitar o MCCB, recordando que ao primeiro domingo do mês as entradas no Museu são gratuitas para naturais ou residentes no concelho.

Fontes : www.mosteirodabatalha.gov.pt; www.arqnet.pt; www.infopedia.pt


NESTA SECÇÃO

Nª Srª das Candeias e a tradição dos fritos na Freguesia de São Mamede

Diz a tradição popular portuguesa que a 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias, s...

Duarte Costa, um mestre da guitarra quase esquecido

Acontece que no domínio das artes, seja na literatura, na pintura, na escultura ou na música...

Fumeiro e legumes cozidos qual é o resultado?

Com este tempo de chuva e cinzento só apetece comida quente de tacho como o cozido à portugu...