Ana Campos Portela

USF Condestável, Batalha

Vegetarianismo – uma escolha crescente!

 

Estudos internacionais apontam para um número crescente de vegetarianos a cada ano. Há inúmeras razões para realizar esta escolha, mas os vegetarianos são influenciados em grande parte pelo aumento das preocupações com a proteção do ambiente e dos animais.

É também um motivo cada vez mais frequente de procura de ajuda médica, principalmente por parte dos pais que têm filhos em idade pediátrica e que querem adotar este tipo de dieta mas não sabem como adaptar a alimentação tradicional sem prejudicar o desenvolvimento adequado dos seus filhos.

Hoje em dia há cada vez mais livros, receitas e revistas, bem como menus alternativos nos restaurantes com opções vegetarianas, mas é fundamental estar-se bem informado quando se opta por fazer uma dieta restrita. Contudo há também muita informação online sobre vegetarianismo, muita dela sem qualidade ou a tentar vender produtos comerciais, o que origina má informação, acrescenta o responsável. A Direção Geral de Saúde, no sentido de oferecer à nossa população uma fonte de informação fidedigna, lançou um manual que esclarece as principais duvidas de quem opta por este tipo de dieta.

O manual da DGS “Linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável” contém uma breve história sobre os conceitos associados à alimentação vegetariana, os benefícios, os riscos, os principais alimentos e as suas classificações, podendo dividir-se em ovolactovegetariana (exclui carne e peixe, mas inclui ovos e lacticínios) ou vegetariana estrita ou vegana (que exclui todos os alimentos de origem animal).

Segundo os relatórios anuais da DGS têm se vindo a notar que quanto à saúde dos portugueses, os motivos que mais influenciam a perda de anos de vida com qualidade saudável é a alimentação não saudável, principalmente pobre em fruta e hortícolas.

É ainda de salientar que para se seguir esta dieta não é necessário adotar um padrão alimentar distinto, mas apenas "valorizar o que há", uma vez que a tradição alimentar portuguesa é muito rica em vegetais. Mas um padrão alimentar vegetariano mal acompanhado comporta riscos, que este manual visa precisamente suprir, como a carência das vitaminas B12 e D, dos minerais ferro, cálcio, zinco, proteína de qualidade e ácidos gordos essenciais.

Em particular, as grávidas e as crianças são os grupos de risco que mais preocupam os profissionais, uma vez que em casos extremos pode levar à morte e em casos ligeiros à anemia e défice de crescimento. A questão proteica é mesmo a mais preocupante. Na ovolactovegetariana essa carência está acautelada. Aliás, quem quer começar uma dieta vegetariana deve começar inicialmente pela ovolactovegetariana, particularmente as crianças.

Ser vegetariano é então uma opção válida e saudável tendo sempre em conta a necessidade de fazer uma dieta rica e variada.

 


NESTA SECÇÃO

Lançamento da Associação de Utentes da USF Condestável – “Batalha pela Saúde”

A nova Associação de Utentes da USF Condestável – “Batalha pela Saúde” foi lançada recenteme...

A pergunta para um milhão de euros: e quando vai deixar de fumar?

A pergunta ecoa pelo consultório. Segue-se um momento de silêncio ou um suspiro. Outras v...

DPOC: um desafio de saúde pública

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) obriga a cuidados especializados de saúde. É, ta...